FED: banco central americano. (Leah Millis/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de setembro de 2022 às 14h40.
Presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Loretta Mester afirmou nesta quarta-feira, 7, que será necessário elevar o juro nominal nos Estados Unidos "acima de 4%" no próximo ano e "mantê-lo lá". Durante evento virtual da MNI, a dirigente disse que não projeta neste momento que os juros possam ser cortados em algum momento de 2023.
Questionada sobre a próxima reunião do Fed, neste mês, ela não quis adiantar sua posição, dizendo que esperará o encontro para decidir, mas ressaltou que acredita que os juros precisam subir mais em relação a seus níveis atuais.
Com direito a voto nas decisões de política monetária, Mester ressaltou em seu discurso que a inflação é "o principal desafio" para a economia dos EUA neste momento, por estar em nível "inaceitavelmente elevado".
Ela ressaltou o compromisso do Fed de adotar "ação decisiva" para conter os preços e considerou que há "mais trabalho a fazer" nessa frente, com mais altas de juros pelo banco central. Para a autoridade, ainda é cedo para concluir que a inflação já atingiu o pico no país.
Mester disse não avaliar que os EUA estejam em recessão neste momento, mas comentou que o risco de que isso ocorra nos próximos dois anos aumentou.
Ela projeta crescimento de "menos de 2%" na economia americana em 2022. Sobre o mercado de trabalho, comentou que o relatório de empregos mais recente mostrou "alguma moderação", mas em nível ainda forte.
Sobre o quadro internacional, a dirigente comentou que a guerra na Ucrânia "é certamente um risco de baixa" ao crescimento, especialmente na Europa.
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