Oficiais do Tesouro reuniram-se com os 20 'primary dealers' que participam das negociações da dívida (AFP)
Da Redação
Publicado em 20 de setembro de 2012 às 17h34.
São Paulo - O dólar no mercado à vista terminou quase estável, cotado a R$ 2,0230 (-0,05%) no balcão e a R$ 2,0235 (+0,01%) na BM&FBovespa nesta quinta-feira. Em nenhum momento durante a sessão o piso informal de R$ 2,02 foi ameaçado. Com isso, o Banco Central manteve-se ausente dos negócios pela terceira sessão consecutiva. O volume total de negócios ficou ao redor de US$ 2 bilhões, de acordo com a clearing de câmbio.
No mercado futuro, às 16h57, o contrato de dólar para outubro de 2012 recuava 0,12%, a R$ 2,0265, com giro de US$ 10,504 bilhões. Este vencimento, que é o mais negociado, oscilou entre R$ 2,0255 (-0,15%) e R$ 2,0335 (+0,25%).
A expectativa entre os agentes financeiros é de que a autoridade monetária só volte a fazer leilão de swap reverso (equivalente à compra de dólar no mercado futuro) se houver pressão vendedora a ponto de empurrar o dólar para abaixo dos R$ 2,02. Durante esta quinta-feira, o dólar no balcão oscilou entre a máxima de R$ 2,030 (+0,30%) registrada pela manhã e, a mínima, de R$ 2,0220, baixa de 0,10%, computada no meio da tarde.
Segundo operadores consultados, a virada do dólar balcão para o campo negativo respondeu à reação positiva do mercado externo, sobretudo nas bolsas norte-americanas, ao resultado melhor que o esperado do índice de atividade industrial regional do Federal Reserve da Filadélfia.
"O dólar virou junto com a melhora externa. A dinâmica dos investidores no Brasil tem sido a de comprar dólar quando seu preço fica perto de R$ 2,02. Num dia mais positivo, o dólar poderá recuar mais. O BC deve voltar a atuar com leilão só se o dólar cair abaixo de R$ 2,02. Essa é a expectativa. O fluxo comercial foi pequeno e a movimentação predominante no mercado de derivativos é de venda", disse um operador de tesouraria de um banco.
O resultado do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não afetou os negócios com câmbio, afirmou a fonte. Segundo o Caged, o saldo líquido de empregos formais gerados em agosto foi de 100.938 - fruto de admissões de 1.819.767 empregados com carteira assinada e desligamentos de 1.718.829 pessoas. O resultado foi o pior para o mês desde 2003.
Antes de pisar no negativo, o dólar subiu ante o real, acompanhando a valorização externa. Lá fora, a moeda norte-americana avançou ante o euro e algumas divisas ligadas a commodities, como os dólares australiano e canadense, após os indicadores sobre a atividade do setor privado da China, da zona do euro e dos EUA renovarem as preocupações com a economia global.
Os investidores saíram dos ativos de risco, provocando queda nas bolsas, no euro e nas commodities. A situação da Espanha também segue no radar e, tudo indica, o país terá de pedir um resgate financeiro internacional. Em Nova York, às 16h56, o euro caía a US$ 1,2966, ante US$ 1,3049 no fim da tarde de ontem. A moeda dos EUA também subia 0,41% ante o dólar australiano; +0,22% diante do dólar canadense; e +0,51% em relação à rupia indiana.