Rumo (RAIL3) reporta lucro líquido de R$ 30 milhões no 2º trimestre
Segundo a Rumo, o resultado reflete principalmente os maiores patamares de taxa de juros
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de agosto de 2022 às 20h03.
Última atualização em 11 de agosto de 2022 às 20h08.
A Rumo reportou lucro líquido de R$ 30 milhões no segundo trimestre, uma queda de 90,4% sobre igual período do ano passado informou a companhia em balanço enviado à Comissão de Valores Mobiliários ( CVM ) nesta quinta-feira, 11. Segundo a Rumo, o resultado reflete principalmente os maiores patamares de taxa de juros.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) alcançou R$ 1,19 bilhão, ligeira alta de 0,2% na comparação anual. No critério ajustado, desconsiderando ganhos não recorrentes referentes à renovação da Malha Paulista no segundo trimestre de 2021, o indicador cresceu 4,8%.
A margem Ebitda do segundo trimestre ficou em 48,6%, queda de 5 4 pontos porcentuais sobre igual intervalo do ano passado. De acordo com a Rumo, o resultado "ainda reflete negociações comerciais em um momento desfavorável, por conta da quebra de safra do milho em 2021". A empresa acrescenta que, com o maior preço de combustível, a margem é estruturalmente menor.
A receita operacional líquida atingiu R$ 2,46 bilhões de abril a junho, alta de 11,2% sobre igual período de 2021. Conforme a companhia, o resultado é consequência do aumento de 4,1% nos volumes e de 6,2% nas tarifas. "O crescimento de 20,2% na operação Norte e de 27,2% na operação de contêineres ajudou a atenuar a queda de 19,6% na operação Sul, consequência da quebra de safra de soja na região Sul", destacou no balanço.
De abril a junho, o custo variável subiu 28,4% em razão dos maiores volumes e do aumento de 42% do preço do combustível, apesar do ganho de 7% em eficiência energética. Conforme a empresa, os custos fixos e despesas gerais e administrativas subiram 8,3%, refletindo uma menor concentração de despesas nesse trimestre, "aliado à disciplina de custos da companhia".
O volume transportado pela Rumo de abril a junho foi de 18,6 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil), alta de 4,1% sobre o mesmo período de 2021. "O resultado foi sustentado pela Operação Norte, que cresceu 15,4%, enquanto a Operação Sul teve a performance afetada pela quebra de safra", informa a companhia.
No trimestre, a empresa destaca ter obtido crescimento de participação de mercado em grãos na Operação Norte, com 53% em Santos e 44% no Mato Grosso, crescimento de 4,3 pontos e 3,4 pontos, respectivamente.
O endividamento abrangente bruto da Rumo ao final do segundo trimestre foi de R$ 17,1 bilhões, resultado 1,3% abaixo do período imediatamente anterior. O endividamento líquido manteve-se em R$ 9,6 bilhões na mesma base de comparação. Com isso, a alavancagem medida pela relação dívida líquida sobre o Ebitda também ficou estável na comparação trimestral, em 2,7 vezes.
No segundo trimestre, o capex da Rumo foi de R$ 678 milhões, queda de 34,9% na comparação anual. Segundo a empresa, isso reforça "o compromisso com a disciplina de capital e em linha com o guidance divulgado ao mercado".
Já o capex recorrente no trimestre foi de R$ 285 milhões, 5% acima do mesmo intervalo de 2021. O capex de expansão alcançou R$ 393 milhões, recuo de 48,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda decorre principalmente dos menores níveis de investimento em locomotivas e terminais na Malha Central, após o início da operação em São Simão e Rio Verde.
"Apesar da redução apresentada, a Rumo segue implementando as obras do caderno de investimentos oriundos da renovação da Malha Paulista e da fase operacional da Malha Central, além da aquisição de vagões, obras de modernização na via permanente, duplicações e implantação do Positive Train Control - PTC", destacou em balanço.
"Esses projetos, além de aumentarem a capacidade e trazerem maior nível de eficiência, permitem, entre outros ganhos, a redução do consumo de combustível, fundamental para redução de emissões específicas de gases de efeito estufa", acrescentou.
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