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Risco Brasil cai em relação ao México com perspectiva de upgrade

Mesmo com o resultado, investidores acreditam que o Brasil conseguirá a segunda melhora em sua nota de crédito em 2011

A nota do Brasil foi elevada três vezes nos últimos três anos, enquanto a classificação do México foi rebaixada duas vezes (Esparta Palma/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2011 às 11h17.

Nova York - O risco dos títulos da dívida brasileira caiu para o menor nível em três meses na comparação com o risco do México. Investidores apostam que o Brasil conseguirá este ano a segunda melhora em sua nota de crédito.

O custo para proteger a dívida brasileira de falta de pagamento por cinco anos utilizando contratos conhecidos como credit-default swaps, ou CDS, estava em 100 pontos-base em 19 de maio, dois pontos a mais do que a taxa de contratos similares para o México, segundo a empresa de dados CMA. Em 27 de abril, foi registrada a maior diferença em 12 meses entre as duas, de 8 pontos-base, ou 0,08 ponto percentual, segundo a CMA, controlada pela CME Group Inc. e que compila preços junto a operadores.

O Brasil está reduzindo a diferença em relação ao México no mercado de swaps à medida que a expansão econômica leva a aumentos na nota de crédito País. A agência Standard & Poor’s disse em 23 de maio que pode aumentar a nota BBB- do Brasil. O anúncio veio menos de dois meses após a Fitch Ratings decidir subir a classificação brasileira e igualá-la à do México. A nota do Brasil foi elevada três vezes nos últimos três anos, enquanto a classificação do México foi rebaixada duas vezes.

“A tendência para as notas do Brasil tem sido ascendente e ininterrupta, enquanto a do México não”, disse Jimena Zuniga, economista para América Latina do Barclays Plc em Nova York, em entrevista por telefone. “Há alguma razão para o Brasil ser negociado acima do México.”

Os títulos em dólar do Brasil de cupom 5,875 por cento e vencimento em 2019 rendem 3,69 por cento, ou 13 pontos-base menos do que os papéis mexicanos de prazo similar, segundo dados compilados pela Bloomberg. A diferença de rendimentos é a maior desde 14 de janeiro.


Corte de gastos

A Moody’s Investors Service classifica o Brasil em Baa3, a menor nota na escala de grau de investimento e dois níveis abaixo da classificação do México. A Fitch coloca os dois países na mesma nota, BBB, a segunda menor no grau de investimento.

A S&P deve demorar de 6 a 24 meses para decidir se eleva a classificação do Brasil após mudar a perspectiva para a nota, disse Sebastian Briozzo, analista da agência em Buenos Aires, durante teleconferência em 24 de maio.

“Esse é o cronograma para futuras decisões quanto ao Brasil”, disse Briozzo. “Vai depender dos eventos e medidas tomadas” pelo governo, disse ele.

A presidente Dilma Rousseff, que tomou posse em 1 de janeiro, anunciou um plano de corte de gastos de R$ 50,1 bilhões em fevereiro, para ajudar a reduzir a demanda dos consumidores e conter a inflação. O Banco Central elevou a taxa básica de juros em 125 pontos-base este ano, para 12 por cento, para conter a escalada dos preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, usado como referência pelo BC, chegou a 6,51 por cento nos 12 meses até abril, o nível mais alto desde 2005.

O Ministério da Fazenda, em comunicado por e-mail, negou-se a fazer comentários.

‘Informação suficiente’

No México, a inflação foi de 3,36 por cento nos 12 meses até abril, próxima ao menor patamar em cinco anos, de 3,04 por cento, atingido em março.

“Com o novo governo no poder há alguns meses, sentimos que temos informação suficiente para chegar a uma decisão sobre a nota antes do meio do ano”, disse Mauro Leos, vice-presidente e representante sênior de crédito da Moody’s em Nova York, em entrevista por telefone.

A última vez em que a Moody’s melhorou a nota do Brasil foi em setembro de 2009.

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O custo para proteger a dívida brasileira de falta de pagamento por cinco anos utilizando contratos conhecidos como credit-default swaps, ou CDS, estava em 100 pontos-base em 19 de maio, dois pontos a mais do que a taxa de contratos similares para o México, segundo a empresa de dados CMA. Em 27 de abril, foi registrada a maior diferença em 12 meses entre as duas, de 8 pontos-base, ou 0,08 ponto percentual, segundo a CMA, controlada pela CME Group Inc. e que compila preços junto a operadores.

O Brasil está reduzindo a diferença em relação ao México no mercado de swaps à medida que a expansão econômica leva a aumentos na nota de crédito País. A agência Standard & Poor’s disse em 23 de maio que pode aumentar a nota BBB- do Brasil. O anúncio veio menos de dois meses após a Fitch Ratings decidir subir a classificação brasileira e igualá-la à do México. A nota do Brasil foi elevada três vezes nos últimos três anos, enquanto a classificação do México foi rebaixada duas vezes.

“A tendência para as notas do Brasil tem sido ascendente e ininterrupta, enquanto a do México não”, disse Jimena Zuniga, economista para América Latina do Barclays Plc em Nova York, em entrevista por telefone. “Há alguma razão para o Brasil ser negociado acima do México.”

Os títulos em dólar do Brasil de cupom 5,875 por cento e vencimento em 2019 rendem 3,69 por cento, ou 13 pontos-base menos do que os papéis mexicanos de prazo similar, segundo dados compilados pela Bloomberg. A diferença de rendimentos é a maior desde 14 de janeiro.


Corte de gastos

A Moody’s Investors Service classifica o Brasil em Baa3, a menor nota na escala de grau de investimento e dois níveis abaixo da classificação do México. A Fitch coloca os dois países na mesma nota, BBB, a segunda menor no grau de investimento.

A S&P deve demorar de 6 a 24 meses para decidir se eleva a classificação do Brasil após mudar a perspectiva para a nota, disse Sebastian Briozzo, analista da agência em Buenos Aires, durante teleconferência em 24 de maio.

“Esse é o cronograma para futuras decisões quanto ao Brasil”, disse Briozzo. “Vai depender dos eventos e medidas tomadas” pelo governo, disse ele.

A presidente Dilma Rousseff, que tomou posse em 1 de janeiro, anunciou um plano de corte de gastos de R$ 50,1 bilhões em fevereiro, para ajudar a reduzir a demanda dos consumidores e conter a inflação. O Banco Central elevou a taxa básica de juros em 125 pontos-base este ano, para 12 por cento, para conter a escalada dos preços. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, usado como referência pelo BC, chegou a 6,51 por cento nos 12 meses até abril, o nível mais alto desde 2005.

O Ministério da Fazenda, em comunicado por e-mail, negou-se a fazer comentários.

‘Informação suficiente’

No México, a inflação foi de 3,36 por cento nos 12 meses até abril, próxima ao menor patamar em cinco anos, de 3,04 por cento, atingido em março.

“Com o novo governo no poder há alguns meses, sentimos que temos informação suficiente para chegar a uma decisão sobre a nota antes do meio do ano”, disse Mauro Leos, vice-presidente e representante sênior de crédito da Moody’s em Nova York, em entrevista por telefone.

A última vez em que a Moody’s melhorou a nota do Brasil foi em setembro de 2009.

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