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Rio Grande do Sul aguarda aprovação para vender ações do Banrisul

Governo do estado anunciou em outubro a venda de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) da instituição

Banrisul: de acordo com o governo estadual, o Conselho Monetário Nacional, em reunião extraordinária, já aprovou a operação (Marcos Campos/Divulgação)

Banrisul: de acordo com o governo estadual, o Conselho Monetário Nacional, em reunião extraordinária, já aprovou a operação (Marcos Campos/Divulgação)

AB

Agência Brasil

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 14h17.

O Rio Grande do Sul espera conseguir aprovação do governo federal para vender ações do banco Banrisul a investidores estrangeiros, disse hoje (28) o vice-governador do estado, José Cairoli, que esteve reunido com o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, em Brasília. Segundo ele, o presidente Michel Temer deve assinar ainda hoje o decreto que autoriza a operação.

O governo do Rio Grande do Sul anunciou em outubro a venda de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) da instituição.

De acordo com o governo estadual, o Conselho Monetário Nacional, em reunião extraordinária, já aprovou a operação para venda de parte das ações do Banrisul.

Cairoli disse que espera concluir a operação de venda das ações, com entrada de recursos no caixa do estado no dia 14 de dezembro.

Ele acrescentou que o dinheiro será usado para pagar contas do estado e colocar os salários de servidores públicos "em dia".

O vice-governador acrescentou que "não se fala mais" em venda do controle acionário do banco. "A decisão já está tomada. Estamos vendendo o que é possível vender, mantendo o controle do estado", disse.

Segundo o vice-governador, as ações devem ser oferecidas a investidores dos Estados Unidos, Inglaterra e de algum país asiático, como Cingapura.

Recuperação fiscal

Na última semana, a Secretaria do Tesouro Nacional rejeitou o pedido do estado de assinatura de pré-acordo de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal. Para o Tesouro, o Rio Grande do Sul descumpre um dos três requisitos de habilitação para entrada no regime.

"Esse requisito determina que as despesas liquidadas com pessoal, juros e amortizações têm de atingir, no mínimo, 70% da Receita Corrente Líquida".

Para a Secretaria Estadual da Fazenda, o Rio Grande do Sul compromete 70,2% da Receita Corrente Líquida (RCL) com essas despesas. Já para o Tesouro, esse percentual está em 57,98%.

Cairoli disse que foi criada uma câmara de conciliação e arbitragem para chegar a um consenso sobre esse cálculo, que difere do aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado.

A Câmara, com o auxílio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE-RS) e a Advocacia-Geral da União (AGU), vai intermediar a adesão ao regime.

O Rio Grande do Sul está negociando a adesão ao regime de recuperação fiscal, como fez o Rio de Janeiro. Em setembro deste ano, o acordo de recuperação fiscal do Rio de Janeiro foi homologado pelo governo federal. O estado fará ajustes de R$ 63 bilhões, até 2020.

No ajuste, estão incluídos aumento de receitas, medidas de redução de despesas, empréstimos e suspensão da dívida do estado com a União.

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