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Redução de preço desagrada ao mercado e Petrobras cai na Bolsa

Os investidores se mostram preocupados com sinais de interferência na administração da estatal

Petrobras: companhia anunciou hoje que  reduzirá os preços de diesel e gasolina (Regis Duvignau/Reuters)

Petrobras: companhia anunciou hoje que  reduzirá os preços de diesel e gasolina (Regis Duvignau/Reuters)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 22 de maio de 2018 às 10h57.

Última atualização em 22 de maio de 2018 às 12h22.

São Paulo - As ações da Petrobras abriram em queda na manhã desta terça-feira. Por volta das 12h, os papéis ampliaram a queda. As ações preferenciais recuavam 2,12% e os ordinários, 2,44%.

A companhia anunciou hoje que reduzirá os preços de diesel e gasolina nas refinarias a partir de quarta-feira. O diesel será reduzido em 1,54%, para 2,3351 reais por litro, no primeiro corte desde 12 de maio.

Já a gasolina diminuirá em 2,08%, para 2,0433 reais por litro, a primeira redução desde 3 de maio. O anúncio ocorre após caminhoneiros realizarem na segunda-feira protestos em 19 Estados contra a alta dos combustíveis.

Como conter a alta nos preços?

O governo estuda medidas para conter a alta no preço dos combustíveis. Entre as alternativas apontadas estão a redução das alíquotas de impostos e a redução da frequência dos reajustes, deixando de ser reajustado diariamente, conforme na política de preços anunciada ano passado.

Sobre a redução de impostos, Roberto Indech, analista-chefe da Rico Investimentos, afirmou, em relatório divulgado, que há pouco espaço para manobra, devido ao aperto fiscal.

“O Ministro Eduardo Guardia já declarou que não pode haver redução da entrada de recursos para reduzir o déficit primário e o fato de que seria muito difícil negociar uma redução do ICMS nos combustíveis nos estados.”

Indech destaca ainda o mercado se mostra preocupado com sinais de interferência na administração da Petrobras, o que comprometeria a recuperação financeira da estatal e poderia levar a repercussões como renúncia de membros do Conselho de Administração.

“Em um momento de alta volatilidade de câmbio e petróleo, interferir na política de preços da Petrobras seria visto como negativo para a ação devido ao risco para as margens do segmento de refino da empresa.”

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