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Real continuará subindo com altas de nota de crédito, diz Franco

Segundo o ex-presidente do Banco Central, tendência é que moeda continue se valorizando no longo prazo devido ao aumento do rating brasileiro

Gutsavo Franco acredita que a nota de crédito brasileira é “pequena, ridícula” e deve aumentar (Raul Junior/VOCÊ S/A)

Gutsavo Franco acredita que a nota de crédito brasileira é “pequena, ridícula” e deve aumentar (Raul Junior/VOCÊ S/A)

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Da Redação

Publicado em 17 de maio de 2011 às 13h36.

Rio de Janeiro - O real tem uma tendência de valorização no longo prazo à medida que a nota de crédito brasileira continua melhorando, disse o sócio da Rio Bravo Investimentos e ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco.

“Esta é uma tendência de longo prazo da qual muito provavelmente a gente não consegue se desvencilhar”, disse Franco em entrevista na sede da Rio Bravo no dia 13 de maio. “Economia forte, moeda forte.”

Franco disse que o Brasil ainda tem uma nota de crédito “pequena, ridícula” e que a classificação da dívida do País deve continuar melhorando. Segundo ele, o País se encontra em um processo semelhante àquele pelo qual passaram o Japão e a Itália no passado, que os transformou de países emergentes em nações desenvolvidas.

“Ao longo desse processo, a julgar pelos outros países onde essa transição ocorreu, o câmbio é para baixo”, disse Franco, que não fez uma projeção para a cotação do dólar. “A moeda nacional fica mais forte.”

Atualmente, a Moody’s Investors Service classifica a dívida soberana brasileira com nota Baa3 e a Standard & Poor’s como BBB-. As notas são as mais baixas nas escalas de grau de investimento das duas agências. A Fitch Ratings elevou a classificação do País para BBB, a segunda menor na escala de grau de investimento, no dia 4 de abril.

Investimentos no exterior

Franco vê uma tendência de empresas brasileiras ampliarem aquisições em outros países e aumentarem investimentos diretos no exterior, a partir da melhora dos fundamentos da economia e da valorização do real.

Segundo ele, para “retardar ou diminuir a valorização do real”, o governo deveria incentivar essa tendência. Franco disse que isso seria melhor que usar o Imposto sobre Operações Financeiras, principalmente para diminuir a importação ou impedir a entrada de recursos “bons”, como os para investimento em bolsa ou participação em empresas fechadas.

“Incentivar a empresa brasileira a investir no exterior e retirar desincentivo para a pessoa física investir em outros países é mais efetivo que IOF”, disse. “Não sou adversário do IOF, mas uma medida totalmente errada é o IOF sobre o cartão de crédito e IOF não deveria incidir sobre bolsa e private equity, o que a meu ver é ridículo.”

O real acumula alta de 6 por cento em relação ao dólar este ano, depois de mais de dobrar de valor nos oito anos anteriores. É o melhor desempenho para o período entre as 16 moedas mais negociadas no mundo e acompanhadas pela Bloomberg.

“É claro que essa valorização ao longo dos anos, não foi uniforme e se caracteriza por longo período de valorização, um susto, depois longo período de valorização”, disse. “Portanto, é um desafio para quem faz administração de risco cambial.”

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