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Rali de final de ano? 6 estrategistas analisam dezembro

Série de altas no último mês iniciada em 1999 foi quebrada no ano passado por incertezas

Expectativa de consenso ainda não é de céu azul e praia para a bolsa (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 05h12.

São Paulo – Será que vem aí o rali de final de ano? A tradicional pergunta feita em dezembro pelos investidores continua difícil de ser respondida. Em 2011, a resposta foi um claro e sonoro não. O último mês do ano passado terminou com uma leve baixa de 0,2% e quebrou uma série de altas no 12º mês que acontecia fielmente desde 1999.

Agora, em 2012, os estrategistas continuam a titubear nas previsões devido ao alto nível de incertezas. O mês teve início com notícias díspares. Enquanto o PIB do terceiro trimestre no Brasil veio abaixo do esperado, um indicador da indústria na China mostrou a primeira aceleração em 13 meses.

Os EUA com o seu “ abismo fiscal ” – que caso não resolvido pode tirar 600 bi de dólares da economia – e a interminável discussão europeia sobre a dose certa de austeridade continuam no radar. Veja a seguir a opinião de 6 estrategistas de mercado colhidas de trechos dos relatórios mensais divulgados nos últimos dias:

BB Investimentos

Nataniel Cezimbra

Em dezembro, a questão do abismo fiscal nos EUA deverá permanecer no centro das atenções, mas, aguarda-se um desfecho favorável. Em geral, primordialmente, os indicadores econômicos ligados à atividade econômica seguirão monitorados pelos agentes, devendo trazer alguma volatilidade pontual.

Enfim, nos EUA esperasse continuidade de lenta expansão, com avanço no consumo pelo efeito sazonal do último trimestre; na Europa, a Espanha tenderá a postergar seu pedido de auxílio para o próximo ano; e na China, de governo novo, aparentemente, o pior já passou e os dados tenderão a denotar melhoria no 4T12 .


Credit Suisse

Andrew T. Campbell

"Para dezembro, estamos aumentando a nossa exposição aos setores domésticos. Sob a luz da perspectiva positiva da nossa equipe econômica para a economia brasileira em 2013 e a falta de sinais concretos em relação a uma recuperação da economia global, preferimos a exposição à economia local do que global. As companhias cíclicas domésticas com a melhora nas projeções para 2013 e as empresas com fundamentos resilientes estão entre as nossas principais escolhas domésticas".

Fator Corretora

Paulo Gala

“Nesse cenário mundial turbulento fica difícil imaginar grandes voos do ibovespa. Somando a isso as interferências do governo nas large caps parece mais provável imaginar um ibov gravitando em 60 mil pontos nos próximos meses. As grandes oportunidades estão mesmo em mid e small caps, menos sujeitas às oscilações da economia mundial e com dinâmica própria e drivers específicos”.

Planner Corretora

Ricardo Tadeu Martins

“Para o mês de dezembro nossa expectativa é de um melhor desempenho para a Bovespa em relação a novembro, mas sem grande entusiasmo, pois acreditamos que as mesmas questões que vêm pesando sobre os mercados continuarão existindo. Neste contexto destacam-se as recorrentes preocupações com a situação da economia na zona do euro e nos Estados Unidos, podendo inclusive trazer de volta um quadro recessivo ao país.


No cenário doméstico, o PIB do 3T12, divulgado no dia 30 de novembro, apresentou desempenho mais fraco, indicando que a antiga expectativa de recuperação do nível de atividade no segundo semestre não deve se concretizar. Temos ainda pela frente possíveis conseqüências negativas resultantes das medidas do governo para o setor de energia elétrica, desenhando uma queda de braço entre o setor e o governo. Diante deste leque de incertezas, mantivemos uma carteira com perfil mais defensivo”.

Socopa Corretora

Marcelo Alves Varejão

“Para o mês de dezembro, não esperamos grandes surpresas em relação à Europa, direcionando toda a atenção dos investidores para a situação fiscal dos EUA. Dessa forma, acreditamos que o desempenho das bolsas neste mês está diretamente relacionada com à capacidade do presidente dos EUA, Barack Obama, fechar acordo com a oposição para eliminar esse impasse”.

XP Investimentos

Rossano Oltramari, William Castro Alves e Gustavo Carrizo

“Indefinição foi a palavra de ordem do mercado nesse mês. A bolsa deu continuidade ao movimento de queda observado em outubro, repercutindo o receio quanto a questão fiscal norte-americana. Os investidores seguem preocupados com a possibilidade de retirada de
uma série de estímulos fiscais, hoje vigentes na economia americana, que poderiam ser interrompidos e levar a um enfraquecimento da maior economia mundial”.

Infelizmente nada mudou e trabalhamos com o mesmo cenário de volatilidade nesse início de mês. Entendemos que os dados econômicos devam ser observados, mas que tal evento assume importância relativa maior e será definitivo para uma tendência mais claramente definida. Nesse sentido temos a data de 21/12 como decisiva para que o presidente Obama e seus congressistas cheguem a um acordo.

Na eventualidade de não definição da questão fiscal, vemos um risco considerável de forte realização nas bolsas mundiais. Acreditamos ser pouco provável a possibilidade de não aprovação de medidas que sustentem a economia americana. Sendo assim, é possível que
tenhamos o tradicional “rally” de final de ano, apesar de entendermos que o cenário de longo prazo segue preocupante”.

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São Paulo – Será que vem aí o rali de final de ano? A tradicional pergunta feita em dezembro pelos investidores continua difícil de ser respondida. Em 2011, a resposta foi um claro e sonoro não. O último mês do ano passado terminou com uma leve baixa de 0,2% e quebrou uma série de altas no 12º mês que acontecia fielmente desde 1999.

Agora, em 2012, os estrategistas continuam a titubear nas previsões devido ao alto nível de incertezas. O mês teve início com notícias díspares. Enquanto o PIB do terceiro trimestre no Brasil veio abaixo do esperado, um indicador da indústria na China mostrou a primeira aceleração em 13 meses.

Os EUA com o seu “ abismo fiscal ” – que caso não resolvido pode tirar 600 bi de dólares da economia – e a interminável discussão europeia sobre a dose certa de austeridade continuam no radar. Veja a seguir a opinião de 6 estrategistas de mercado colhidas de trechos dos relatórios mensais divulgados nos últimos dias:

BB Investimentos

Nataniel Cezimbra

Em dezembro, a questão do abismo fiscal nos EUA deverá permanecer no centro das atenções, mas, aguarda-se um desfecho favorável. Em geral, primordialmente, os indicadores econômicos ligados à atividade econômica seguirão monitorados pelos agentes, devendo trazer alguma volatilidade pontual.

Enfim, nos EUA esperasse continuidade de lenta expansão, com avanço no consumo pelo efeito sazonal do último trimestre; na Europa, a Espanha tenderá a postergar seu pedido de auxílio para o próximo ano; e na China, de governo novo, aparentemente, o pior já passou e os dados tenderão a denotar melhoria no 4T12 .


Credit Suisse

Andrew T. Campbell

"Para dezembro, estamos aumentando a nossa exposição aos setores domésticos. Sob a luz da perspectiva positiva da nossa equipe econômica para a economia brasileira em 2013 e a falta de sinais concretos em relação a uma recuperação da economia global, preferimos a exposição à economia local do que global. As companhias cíclicas domésticas com a melhora nas projeções para 2013 e as empresas com fundamentos resilientes estão entre as nossas principais escolhas domésticas".

Fator Corretora

Paulo Gala

“Nesse cenário mundial turbulento fica difícil imaginar grandes voos do ibovespa. Somando a isso as interferências do governo nas large caps parece mais provável imaginar um ibov gravitando em 60 mil pontos nos próximos meses. As grandes oportunidades estão mesmo em mid e small caps, menos sujeitas às oscilações da economia mundial e com dinâmica própria e drivers específicos”.

Planner Corretora

Ricardo Tadeu Martins

“Para o mês de dezembro nossa expectativa é de um melhor desempenho para a Bovespa em relação a novembro, mas sem grande entusiasmo, pois acreditamos que as mesmas questões que vêm pesando sobre os mercados continuarão existindo. Neste contexto destacam-se as recorrentes preocupações com a situação da economia na zona do euro e nos Estados Unidos, podendo inclusive trazer de volta um quadro recessivo ao país.


No cenário doméstico, o PIB do 3T12, divulgado no dia 30 de novembro, apresentou desempenho mais fraco, indicando que a antiga expectativa de recuperação do nível de atividade no segundo semestre não deve se concretizar. Temos ainda pela frente possíveis conseqüências negativas resultantes das medidas do governo para o setor de energia elétrica, desenhando uma queda de braço entre o setor e o governo. Diante deste leque de incertezas, mantivemos uma carteira com perfil mais defensivo”.

Socopa Corretora

Marcelo Alves Varejão

“Para o mês de dezembro, não esperamos grandes surpresas em relação à Europa, direcionando toda a atenção dos investidores para a situação fiscal dos EUA. Dessa forma, acreditamos que o desempenho das bolsas neste mês está diretamente relacionada com à capacidade do presidente dos EUA, Barack Obama, fechar acordo com a oposição para eliminar esse impasse”.

XP Investimentos

Rossano Oltramari, William Castro Alves e Gustavo Carrizo

“Indefinição foi a palavra de ordem do mercado nesse mês. A bolsa deu continuidade ao movimento de queda observado em outubro, repercutindo o receio quanto a questão fiscal norte-americana. Os investidores seguem preocupados com a possibilidade de retirada de
uma série de estímulos fiscais, hoje vigentes na economia americana, que poderiam ser interrompidos e levar a um enfraquecimento da maior economia mundial”.

Infelizmente nada mudou e trabalhamos com o mesmo cenário de volatilidade nesse início de mês. Entendemos que os dados econômicos devam ser observados, mas que tal evento assume importância relativa maior e será definitivo para uma tendência mais claramente definida. Nesse sentido temos a data de 21/12 como decisiva para que o presidente Obama e seus congressistas cheguem a um acordo.

Na eventualidade de não definição da questão fiscal, vemos um risco considerável de forte realização nas bolsas mundiais. Acreditamos ser pouco provável a possibilidade de não aprovação de medidas que sustentem a economia americana. Sendo assim, é possível que
tenhamos o tradicional “rally” de final de ano, apesar de entendermos que o cenário de longo prazo segue preocupante”.

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