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Uma rachadura no sigilo bancário da Suíça

Autoridades do país entregaram os dados de 500 clientes acusados de evasão fiscal nos Estados Unidos

Governo americano pede informações de mais 4 mil clientes para livrar o UBS das acusações de fraude fiscal (.)
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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2010 às 17h11.

São Paulo - O sistema financeiro suíço, conhecido pela promessa de confidencialidade de seus clientes, pode rachar. Segundo notícia da Reuters, autoridades do país entregaram os dados de mais de 500 contas de clientes, que autorizaram o seu envio, do banco de investimentos UBS ao governo americano. A lei suíça proíbe a transferência de detalhes das contas para governos estrangeiros.

O acordo inédito faz parte do último esforço do governo suíço em livrar o UBS das acusações de ajudar americanos a esconderem quase 20 bilhões de dólares em contas secretas. A quebra da lei de sigilo pode atingir ainda mais 4 mil americanos atraídos pela hospitalidade financeira do país dos Alpes.

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Os dados já estão em mãos das autoridades fiscais locais, mas os entraves da lei impedem as informações de cruzarem o Atlântico. Se os debates no resistente Congresso do país europeu não avançarem até agosto, deadline dado pelos governo americano, o Estados Unidos já prometeram entrar com processo legal contra o banco.

Algo de podre no paraíso

Tudo começou em 2009, quando os EUA acusaram o banco UBS, o segundo maior gestor de riquezas do mundo, de proteger clientes suspeitos de evasão fiscal. A contenda tomou proporções perigosas até que, em agosto de 2009, os Estados Unidos concordaram em retirar as acusações contra o UBS em troca dos dados dos clientes.

A barganha pareceu preço muito alto às leis do país, e foi negada em tribunal em janeiro deste ano. O governo buscou apoio no legislativo, e comemorou as aprovações no Senado em maio.

“O governo está convencido de que o acordo é a única maneira de encerrar o caso com o UBS, o que nos manteve ocupados por algum tempo, e evitar danos que poderiam ser consideráveis à economia da Suíça", disse a ministra suíça da Justiça, Eveline Widmer-Schlumpf, antes da votação do Senado.

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