Quem perde mais na Bovespa com futuros apagões
A possibilidade de novos apagões e racionamento de energia prejudicará ainda mais o setor elétrico na Bolsa, diz analista
Karla Mamona
Publicado em 21 de janeiro de 2015 às 13h25.
São Paulo - Uma hora sem energia elétrica foi o suficiente para assustar os investidores de companhias do setor. Desde a última segunda-feira, as ações de elétricas têm operado no vermelho, mostrando que o apagão que ocorreu em alguns estados brasileiros e no Distrito Federal deixou mesmo o acionista no escuro.
O ministro de Minas e Energia , Eduardo Braga, explicou que a queda de energia foi causada por um problema técnico em uma linha de transmissão de Furnas e que a falha de um banco de capacitores teria ocasionado uma variação na frequência do sistema interligado, levando ao desligamento de 11 usinas de geração.
Mas a explicação dada pelo governo não foi suficiente para acalmar o mercado. Os investidores se mostram ainda mais preocupados com que pode acontecer com o setor nos próximos meses.
“Os investimentos no setor realmente são bem escassos. O apagão mostrou total despreparo das empresas em atender a demanda dos consumidores, mas considero exagerada a recente queda das ações”, disse Pedro Paulo Coelho Afonso, analista da TOV Corretora.
Em entrevista a Exame.com, Carlos Faria, presidente da Associação Nacional dos Consumidores de Energia (Anace), afirmou que o governo falha em tratar o problema. “Se tivemos problemas no ano passado, é óbvio que vamos ter mais problemas neste ano. E por quê? Desde que reduzimos o preço da energia, em 2012, o governo só vem dizendo para a população que o preço está barato, que pode consumir porque não vai faltar luz”, ressalta.
Quem perde mais
Com a possibilidade de novos apagões, e de até mesmo de um racionamento de energia, o cenário deve agravar a situação de algumas companhias. A Eletropaulo é uma das mais afetadas, já que atende 90% da área considerada crítica.
A situação também é preocupante para as geradoras de energia. É o caso da Eletrobras, CPFL e AES Tietê. Estas companhias são prejudicadas diretamente pelo risco hidrológico. Na semana, as ações acumulam perdas de 14%, 8,47% e 3,73%, respectivamente.
“Com o racionamento, estas empresas podem ter uma significativa redução de receita”, explica, Luis Gustavo Pereira, estrategista da Guide Investimentos.
O setor, antes considerado defensivo na Bovespa, veem perdendo atratividade.
“Essa crise setorial se arrasta desde 2012. O investidor tem ficado bastante incomodado com as intervenções do governo nos últimos anos. Com a falta de chuva, os problemas do setor vieram à tona. No final, o apagão foi a gota d’água”, finaliza Bruno Piagentini, analista da Coinvalores.
Ação | ITUB4 |
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Preço atual | R$ 34,34 |
Desempenho em 2015 | -1,06% |
Ação | BBDC4 |
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Preço atual | R$ 35,30 |
Desempenho em 2015 | +1,43% |
Ação | BBAS3 |
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Preço atual | R$ 22,30 |
Desempenho em 2015 | -4,75% |
Ação | ITSA4 |
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Preço atual | R$ 9,45 |
Desempenho em 2015 | -0,32% |
Ação | EMBR3 |
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Preço atual | R$ 21,35 |
Desempenho em 2015 | -12,03% |
Ação | GOLL4 |
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Preço atual | R$ 14,33 |
Desempenho em 2015 | -7,11% |
Ação | VLID3 |
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Preço atual | R$ 40,30 |
Desempenho em 2015 | -5,59% |
Ação | KLBN4 |
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Preço atual | R$ 2,79 |
Desempenho em 2015 | -5,56% |
Ação | SUZB5 |
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Preço atual | R$ 10,43 |
Desempenho em 2015 | -9,07% |
Ação | EQTL3 |
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Preço atual | R$ 26,30 |
Desempenho em 2015 | -6,71% |