Prévia do payroll nos EUA, inflação recorde na Europa e o que mais move o mercado
Bolsas internacionais caminham para quarto pregão seguido de perdas; investidores aguardam dados do mercado de trabalho americano
Guilherme Guilherme
Publicado em 31 de agosto de 2022 às 07h32.
Última atualização em 31 de agosto de 2022 às 08h38.
O clima segue carregado no mercado internacional nesta quarta-feira, 31, com as principais bolsas de valores caminhando para o quarto pregão consecutivo de queda. O movimento, que teve como gatilho o duro discurso do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em Jackson Hole, é sustentado nesta quarta por preocupações sobre dados de inflação e mercado de trabalho.
Inflação recorde na Europa
O Índice de Preço ao Consumidor (IPC) da Zona do Euro, divulgado nesta manhã, voltou a sair acima das projeções de mercado, formando uma nova maré de pessimismo na Europa. O IPC de agosto ficou em 0,5% ante consenso de 0,4%, saltando de 8,9% para 9,1% no acumulado de 12 meses. Os preços, mais uma vez, foram puxados pelo custo de energia, que saltou 38,3% na comparação anual. A inflação de alimentos também subiu acima da média, ficando em 10,6%.
O patamar é o mais alto já registrado pela Zona do Euro e aumenta a pressão para o endurecimento das políticas do Banco Central Europeu, que permanecem em níveis considerados altamente estimulativos. Por outro lado, pressões econômicas geradas pela guerra e a própria dívida elevada de países do bloco, como a Itália, jogam contra um tom mais contracionistas, como o adotado pelo Fed.
Prévia do payroll nos EUA
Nos Estados Unidos, investidores aguardam a divulgação dos dados do mercado de trabalho medidos pelo Instituto ADP, conhecidos como "prévia do payroll" por ser divulgado dias antes dos números oficiais, previstos para sexta-feira, 2. Para hoje, a expectativa é de que o ADP revele a criação de 288.000 empregos privados para o mês de agosto contra 128.000 registrados pelo instituto no mês passado.
A tendência é de que um número acima do previsto para o ADP de hoje aumente ainda mais a tensão do mercado, fortalecendo a perspectiva de um aperto mais duro do Federal Reserve. A esperança de pouso suave, com o Fed aperto suas políticas a ponto de controlar a inflação, mas sem causar grandes danos à maior economia do mundo, tem se tornado cada vez mais raro entre investidores.
Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):
- Dow Jones futuro (Nova York): - 0,06%
- S&P 500 futuro (Nova York): - 0,01%
- Nasdaq futuro (Nova York): + 0,21%
- DAX (Frankfurt): - 0,29%
- CAC 40 (Paris): - 0,77%
- FTSE 100 (Reino Unido): - 1,14%
- Stoxx 600 (Europa): - 0,54%
- Hang Seng (Hong Kong)*: + 0,03%
- Shangai Composite (Xangai)*: - 0,78%
Taxa de desemprego
No Brasil, a expectativa é para a divulgação da taxa de desemprego referente ao mês de julho, prevista para às 9h. O consenso do mercado é de queda de 9,3% para 9%, a menor desde 2016.
Queda do petróleo
O preço do barril de petróleo segue em queda no mercado internacional, com investidores temendo os impactos da desaceleração da economia global na demanda pela commodity, O petróleo brent, referência para a política de preços da Petrobras, é negociado abaixo de US$ 95 nesta manhã, com acúmulo de 7% de queda desde segunda-feira, 29, e cerca de 30% em relação à máxima deste ano.
A desvalorização da commodity teve papel fundamental na queda do Ibovespa no último pregão, com as ações da Petrobras encerrado em queda de 6%.
Espaçolaser
O Conselho de Administração da Espaçolaser aprovou o aumento de capital privado de no mínimo 44,271 milhões de ações ordinárias e no máximo 117,187 milhões de ações ao preço de R$ 1,92. Dependendo da demanda, a empresa pode levantar até R$ 225 milhões. O preço estabelecido para a operação considera um desconto de 20% em relação à cotação do último fechamento.