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Presidente da Caixa afirma ser contra IPO, que pode nem sair

Durante apresentação do balanço do quarto semestre da instituição à imprensa, Jorge Herédia defendeu que um IPO da seguradora seria a melhor opção para o grupo


	Caixa: entre as opções discutidas, está a abertura de capital de áreas do banco, disse presidente
 (Lia Lubambo/EXAME)

Caixa: entre as opções discutidas, está a abertura de capital de áreas do banco, disse presidente (Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2015 às 15h50.

São Paulo - O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Fontes Herédia, afirmou hoje que não é favor de uma oferta pública de ações (IPO) do banco este ano.

Durante a apresentação do balanço do quarto semestre da instituição à imprensa, Herédia defendeu que um IPO da seguradora seria a melhor opção para o grupo.

O IPO da Caixa foi prometido pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado.

Herédia, disse que se encontrou com a presidente Dilma Rousseff e a presidente falou sobre a proposta de abertura de capital da Caixa.

“Não vão dizer que eu estou contra a presidente, mas a posição é que isto não está fechado, e há grande possibilidade que isso não aconteça”, afirmou.

“Pessoalmente sou contra o IPO, acho que este não é o momento”, disse.

Segundo o presidente da Caixa, ele e a presidente discutiram que há opções mais coerentes, de acordo com as condições do mercado de hoje, para potencializar o negócio da instituição.

Herédia deixará o cargo no próximo dia 23, quando será publicado no Diário Oficial da União a indicação da ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior para seu lugar.

Seguradora seria opção

Entre as opções discutidas, está a abertura de capital de áreas da Caixa, disse Herédia.

“Por exemplo, seguro é uma oportunidade de crescimento que deve ser trabalhada”, afirmou.

Segundo ele, o objetivo é aumentar a participação de seguros no negócio da Caixa. “E o exemplo o Banco do Brasil com a BB Seguridade, um enorme sucesso, é claro”, diz.

Para Herédia, um IPO da seguradora da Caixa faz sentido.

Ele destaca, porém, que o assunto ainda não foi discutido com os sócios franceses da seguradora.

“Estamos discutindo com eles a ampliação do negócio, mas não tem nada fechado”, diz.

Sobre o IPO da Caixa, Herédia afirmou que não tem “preconceito” contra o instrumento.

“E o fato de a presidente estar avaliando isso mostra a importância do papel social da Caixa, como agente de políticas públicas do governo, e ela está levando esse papel em consideração ao pensar na abertura de capital”, disse.

Para o executivo, o que há é uma discussão de oportunidades.

“Abrir capital não é panaceia, é preciso manter um nível de governança e estar disposto a dividir o poder de decisão sobre a empresa”, afirma.

Lucro cresceu 5,5% em 2014

O lucro da Caixa aumentou 5,5% em 2014, em comparação com o ano anterior, com um valor de R$ 7,1 bilhões, e no quarto trimestre do ano o lucro líquido totalizou R$ 1,8 bilhão, 5,1% a mais do que o mesmo período de 2013.

De acordo com o presidente da Caixa, o resultado se deve “à estratégia exitosa” estabelecida pela direção do banco, que considerou haver grande potencial de crescimento.

“Nosso objetivo tem como limite o ano de 2022. Queremos chegar lá como um dos três maiores bancos do país”.

Com essa finalidade, explicou Herédia, a Caixa tem investido, no aumento da capacidade de atendimento, com a criação de mais de 1,4 mil agências e a contratação de cerca de 17 mil funcionários.

“Além disso, completamos nosso portfólio, entrando em alguns mercados com parcimônia. Tínhamos a necessidade de trabalhar com produtos de crédito agrícola, para que as agências nas cidades que têm esse potencial pudessem competir e trabalhar com esses clientes”, disse.

Outra informação do balanço é que a carteira de crédito ampliada chegou a R$ 605 bilhões, um crescimento de 22,4% em 12 meses e 5% no semestre, e foi responsável por 36,1% do crescimento do mercado de crédito nos últimos 12 meses, com participação de 19,8% ao final do ano.

O saldo alcançado pelo banco em 2014 chegou a R$ 1,1 trilhão em ativos próprios, 4,5% mais do que no terceiro trimestre e 24% maior do que em 2014.

Segundo os dados, a Caixa contratou R$ 5 bilhões em crédito rural até dezembro de 2014, R$ 3 bilhões a mais do que o registrado no ano anterior.

O saldo da carteira somou R$ 4,9 bilhões. De acordo com o balanço, as contratações acumuladas até dezembro de 2014 somaram R$ 502,9 bilhões, 6,8% a mais do que o registrado no período anterior.

As operações habitacionais são 25,6% desse total, mais de seis mil novos contratos firmados todos os dias. As contratações em infraestrutura cresceram 11,7%.

Crédito habitacional

No que se refere ao crédito habitacional a Caixa informa em seu balanço que continuou liderando o mercado, com 67,7% de participação e saldo de R$ 339,8 bilhões, aumento de 25,7% em 12 meses.

Em 2014 foram contratados 128,8 bilhões, com destaque para os contratos com recursos Caixa/SBPE, que somaram R$ 79,4 bilhões, alta de 13,3% na comparação com 2013.

As operações que utilizaram os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) totalizaram R$ 40,9 bilhões e aquelas com outros recursos R$ 8,5 bilhões.

No Minha Casa, Minha Vida foram assinados contratos no valor de R$ 35,9 bilhões, com um total de 389,2 mil unidades habitacionais.

Desse valor, 35,6% foram destinados para a faixa 1 do programa, que atende as pessoas com renda até R$ 1,6 mil.

Herédia destacou que, em 2014, a Caixa manteve a qualidade da carteira de crédito, com 80% dela sendo de baixo risco.

Os dados mostram que o índice de inadimplência fechou 2014 em 2,56%: “A Caixa está abaixo dos níveis de mercado. Estamos atentos e trabalhando com relação a isso. Foram tomadas providências para acompanhar, controlar e atuar mais forte nisso. Nos próximos meses vamos continuar com a inadimplência baixa e sob controle”.

O balanço mostra também que a carteira de crédito comercial atingiu saldo de R$ 190,3 bilhões, evolução de 10,8% em 2014, sendo R$ 94 bilhões em pessoa física e R$ 96,3 em pessoa jurídica (crescimento de 16,2% e 6%).

Ele explicou que, durante a crise econômica em 2011, o banco enxergou uma boa oportunidade de ganhar mercado: “Usamos as características que já tínhamos, mas que podiam ser destacadas com melhores condições e taxas para os clientes. Transformamos o nosso papel como banco público em estratégia de negócio e ocupamos espaço dando crédito para pessoas que poderiam ser beneficiadas, mas não eram por falta de apetite do mercado”.

As informações são da Agência Brasil.

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