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Preocupação com zona do euro afeta bolsas da Europa

O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,22%, ou 5,52 pontos, para fechar em 243,48 pontos

Os bancos tiveram desempenho piorado após a Moody's ter rebaixado a nota de crédito de Portugal em dois graus (Getty Images)

Os bancos tiveram desempenho piorado após a Moody's ter rebaixado a nota de crédito de Portugal em dois graus (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de outubro de 2011 às 15h41.

Londres - Os principais índices das bolsas europeias fecharam em queda nesta segunda-feira, pressionados pela preocupação com a fraqueza na economia da zona do euro e com a falta de detalhes em um plano para enfrentar a crise da dívida soberana. O índice pan-europeu Stoxx 600 caiu 2,22%, ou 5,52 pontos, para fechar em 243,48 pontos. Ainda assim, o índice teve um ganho de 7,7% em outubro.

A companhia Vestas Winds Systems estava entre as mais prejudicadas do Stoxx 600. A fabricante de turbinas para produção de energia eólica emitiu um alerta no fim do domingo, citando atrasos para a instalação de uma nova fábrica de geradores na Alemanha. Os papéis da Vestas caíram 24% em Copenhague.

Em Londres, as ações da Homeserve cederam quase 28%. A fornecedora de serviços de emergências caseiras e serviços de reparos informou que estava suspendendo suas vendas por telefone e sua atividade de marketing, após descobrir casos em que as vendas não atenderam aos padrões da companhia.

Na semana passada, o Stoxx 600 ganhou 4,2%, após a União Europeia anunciar um plano para reduzir a dívida da Grécia, recapitalizar bancos e evitar o contágio de outras nações endividadas, como Itália e Espanha. O plano, porém, continha com poucos detalhes.

Os investidores estão preocupados com "as incertezas do acordo da zona do euro, todos os detalhes que estão faltando", disse Christian Tegllund Blaabjerg, economista-chefe do FIH Erhvervsbank em Copenhague. "Há simplesmente uma falta de clareza."


Blaabjerg também notou a preocupação com a dívida da Itália e a capacidade de o país implementar reformas necessárias, por causa da instabilidade política. Os yields (retorno ao investidor) do bônus de 10 anos do governo italiano subiram mais de 6%. Em Milão, o índice FTSE MIB teve queda de 3,82%, para 16.017,73 pontos. No mês, teve ganho de 7,96%.

Os investidores também estão preocupados com a fraqueza na economia da zona do euro, segundo Blaabjerg. Dados desta segunda-feira mostraram um crescimento mais fraco do que o esperado nas vendas no varejo na Alemanha, além de um crescimento zero na economia da Espanha no terceiro trimestre, em comparação com o trimestre anterior.

As ações de bancos, que tiveram fortes altas após o anúncio do plano da zona do euro, caíram nesta segunda-feira. Intesa Sanpaolo recuou 7,4%, e UniCredit perdeu 5,7% em Milão. BNP Paribas teve queda de 9,6% e Société Générale cedeu 9,8% em Paris, enquanto Deutsche Bank caiu 8,6% e Commerzbank perdeu 8,5% em Frankfurt.

O índice DAX fechou em baixa de 3,23% na Bolsa de Frankfurt, aos 6.141,34 pontos, puxado para baixo pelos bancos. As ações da ThyssenKrupp caíram 6,5%, após analistas do UBS rebaixarem a siderúrgica alemã de "comprar" para "neutro". No mês, porém, o DAX teve alta de 11,6%. Na França, o índice CAC-40, da Bolsa de Paris, registrou queda de 3,16%, para 3.242,84 pontos. No mês, o CAC-40 ganhou 8,76%.

Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 perdeu 2,77%, fechando em 5.544,22 pontos. As ações de mineradoras e dos bancos, sensíveis a notícias ruins na economia e na política, lideraram as perdas, com Barclays recuando 2,9%. Em outubro, o FTSE teve alta de 8,1%. As mineradoras também caíram, junto com os preços de commodities, com Vedanta perdendo 9% e Kazakhmys cedendo 8,8%.

Na Espanha, o índice Ibex 35 fechou em queda de 2,92%, em 8.954,90 pontos. As ações de bancos tiveram grandes perdas, com BBVA (-5,3%) e Santander (-3,9%). No mês, o Ibex 35 avançou 4,78%. Já o índice PSI 20, da Bolsa de Lisboa, recuou 1,27%, para 5.870,12 pontos, e teve no mês uma queda de 0,36%. As informações são da Dow Jones.

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