Mercados

Preço do minério pode prejudicar Bolsa até o fim do ano

Estudo mostra que é alta a correlação entre a cotação da commodity e o Ibovespa em dólares, e uma correção está a caminho


	Empilhadeira de minério: preço da commodity pode prejudicar Bovespa
 (Agência Vale)

Empilhadeira de minério: preço da commodity pode prejudicar Bovespa (Agência Vale)

Anderson Figo

Anderson Figo

Publicado em 1 de maio de 2016 às 07h00.

São Paulo - A alta correlação entre o preço do minério de ferro e o Ibovespa em dólares acende um sinal amarelo para a Bolsa brasileira no médio prazo, segundo o banco Credit Suisse.

Um estudo feito pela instituição mostrou que o coeficiente de correlação entre ambos ultrapassou 0.9 em 2016 ---o que significa que a correlação é muito forte. 

"Essa correlação persistiu até agora, mesmo com o cenário de turbulência política", disse o analista Andrew Campbell.  "Acreditamos que alguns investidores subestimaram o rali em 2016 nos preços do minério como um 'driver' para o Ibovespa."

Segundo o analista, nos últimos dez anos a correlação entre o preço do minério de ferro e o Ibovespa em dólares era de 0.84. 

Essa relação diferencia o Brasil de outros mercados na América Latina, que são muito mais próximos a outras commodities, como o petróleo (México e Colômbia) e o cobre (Chile e Peru). 

Em 2016, os preços do minério de ferro subiram cerca de 44%, para US$ 63 por tonelada. Já o Ibovespa chegou a avançar 36% em dólares no mesmo período.

"Enquanto nosso time de metais e mineração acredita que os preços do minério devem manter a tendência de alta no curto prazo, vemos um potencial sinal amarelo no médio prazo, uma vez que é esperada uma correção substancial nos preços até o fim do ano", afirmou Campbell.

Na avaliação dele, quatro fatores importantes explicam a alta correlação entre o preço do minério e o Ibovespa em dólares.

São eles a influência das exportações de minério na apreciação/depreciação do real, a dependência da China, a importância das exportações para o PIB (Produto Interno Bruto) e o peso das empresas de commodities no Ibovespa.

Um remédio para reduzir a correlação, segundo Campbell, seria um "significativo progresso na política fiscal brasileira, o que se traduziria em uma contração dos rendimentos dos títulos públicos."

"Isso seria necessário para atingirmos o cenário ideal de 60 mil pontos [do Ibovespa]", completou. 

Acompanhe tudo sobre:AçõesAmérica Latinabolsas-de-valoresCommoditiesIbovespaMercado financeiroMinériosPreços

Mais de Mercados

Suzano anuncia aumento de preço para celulose de fibra curta a partir de 2025

Nordstrom deixa a Bolsa e dona da Liverpool passa a ser acionista em acordo de US$ 6,25 bi

Orizon cria JV com maior produtora de biometano da América Latina no Rio

Apple se aproxima de marca histórica de US$ 4 trilhões em valor de mercado