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Por que as ações da Petrobras afundaram com a aprovação de Prates como CEO?

Indicado de Lula foi aprovado pelo conselho de administração e a confirmação deve vir em assembleia

Petrobras (PETR4): ações da estatal lideram as baixas do dia na bolsa (Germano Lüders/Exame)
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Beatriz Quesada

Publicado em 26 de janeiro de 2023 às 16h58.

Última atualização em 27 de janeiro de 2023 às 08h21.

As ações da Petrobras ( PETR3 / PETR4 ) fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira, 26, após Jean Paul Prates ser aprovado como novo presidente da empresa pelo conselho de administração .

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),Prates foi aprovado como membro do conselho e nomeado presidente interino da companhia até o dia 13 de abril, quando será realizada a assembleia geral de acionistas que pode nomear, formalmente, o novo CEO para o cargo.

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A nomeação não trouxe nenhuma novidade, mas o mercado já está preocupado com o que vem pela frente. Os temores vão desde o fim da política de paridade internacional de preços (PPI) até um redirecionamento dos dividendos da companhia.

A PPI permite que a empresa aumente o preço dos combustíveis de acordo com a alta do petróleo no mercado internacional. Dois dias atrás, a Petrobras anunciou um novo aumento no preço da gasolina em linha com a alta da commodity no exterior, e as ações da estatal vinham ganhando força nos últimos dias.

A decisão, no entanto, foi tomada pela diretoria atual da empresa, que pode estar prestes a sair do cargo. A preocupação do mercado é com a indicação de nomes políticos que desfaçam o atual arranjo.

“O Prates é um nome técnico, com experiência profissional e acadêmica no setor. Mas sua indicação é a abertura de uma porta de incertezas, já que não se sabe se as demais indicações do governo para o conselho serão técnicas ou políticas”, avalia Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

A PPI, por sua vez, também se relaciona com outro grande temor do mercado: o futuro dos dividendos da companhia. Prates já afirmou que pretende criar um fundo de estabilização para suavizar a volatilidade do preço do petróleo nas bombas — e os dividendos da Petrobras seriam, ao lado dos royalties, a forma de financiar esse projeto.

“O mercado acompanhará os primeiros passos da conduta de Prates e, fundamentalmente, a decisão da companhia quanto à distribuição de proventos no quarto trimestre de 2022”, disse Arbetman.

Em 2022, a Petrobras distribuiu dividendos bilionários e chegou a ser a maior pagadora de dividendos do mundo com os R$ 88 bilhões distribuídos no segundo trimestre. No terceiro trimestre, mais R$ 43,7 bilhões em dividendos foram pagos aos acionistas. O montante do quarto trimestre de 2022 será divulgado no início de março, já sob a nova gestão.

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