Plataforma de extração de petroléo da Petrobras: companhia prevê investimentos de US$ 100 para os próximos anos (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 1 de dezembro de 2022 às 07h39.
Última atualização em 1 de dezembro de 2022 às 08h20.
Índices futuros de Nova York iniciaram esta quinta-feira, 1, próximos da estabilidade, após as bolsas americanas terem disparado na véspera. O S&P 500 subiu 3% e o Nasdaq saltou mais de 4% depois de as sinalizações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, terem adicionado doses de euforia nas negociações. Em evento na última tarde, Powell indicou que as altas de juros nos Estados Unidos deve ser mais brandas já a partir da decisão de dezembro.
As declarações vão em linha com as realizadas após a decisão passada, quando o Fed pontuou que poderia ser a hora de reduzir o ritmo na última decisão do ano ou na primeira de 2023. Segundo monitor do CME, investidores precificam com mais de 80% de chance a desaceleração da alta de juros para 0,50 ponto percentual já na próxima decisão.
Embora o período mais agressivo do aperto monetário possa ter ficado para trás, ainda há grandes temores sobre por quanto tempo as taxas de juros seguirão elevadas nos Estados Unidos. No evento de ontem, Powell, assim como outros membros do Fed, afirmou que "cortar as taxas de juros não é algo que queremos fazer em breve". A expectativa de grandes investidores e de alguns membros do Fed é de que o juro americano deverá se manter próximo de 5% até 2024, o que se traduziria em uma atividade econômica mais fraca para o ano que vem.
Desempenho dos indicadores às 7h40 (de Brasília):
Um dos pontos que preocupam membros do Fed e investidores quanto ao controle da inflação americana é a força do mercado de trabalho, com o potencial de pressões por salários mais elevados retroalimentarem as altas de preços no país. Nesta quinta, serão divulgados os dados de Preços sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de outubro. O dado, que é uma das principais referências para as políticas do Fed, deve sair próximo de 6,2% na comparação anual, segundo projeções de economistas, com o núcleo do PCE se mantendo próximo de 5%.
No Brasil, o principal dado do dia será o PIB do terceiro trimestre, previsto para ser divulgado ainda nesta manhã. O consenso é de que crescimento trimestral de 0,7%, com alta de 3,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A projeção do mercado, segundo o boletim Focus, é de que o PIB do país termine o ano com 2,81% de alta -- acima do crescimento previsto para os próximos anos, para quando é esperado maior efeito elevação da Selic. Mas as previsões podem mudar, de acordo com as sinalizações econômicas do próximo governo.
Uma das grandes expectativas é para o nome do novo ministro da Fazenda, que, ao que tudo indica, não deve ser anunciado tão cedo. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin declarou que o governo está "sem pressa" para fazer o anúncio. De acordo com a CBN, os ministros só devem ser divulgados após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, marcada para o próximo dia 12.
No Congresso, a PEC de Transição segue ganhando o apoio de parlamentares. Os últimos partidos a embarcar na defesa da PEC, segundo o Metropoles, foram o PSD e o Republicanos. A expectativa é de que o texto possa ir à votação no Senado já na próxima semana.
A Petrobras anunciou na última noite seu plano estratégico para os próximos cinco anos. A previsão da empresa é de que sejam gastos US$ 78 bilhões em investimentos no período, 15% acima do previsto no plano passado. Do total, 83% será destinado à exploração e produção (E&P), 12% para refino, gás e energia, 2% para comercialização e logística e 3% ao segmento corporativo. Além do montante previsto, a companhia ainda irá alocar mais US$ 20 bilhões em afretamento de novas plataformas, elevando o investmento total para próximo de US$ 100 bilhões.