Petróleo: às 8h55 (de Brasília), o petróleo para março caía 2,18%, a US$ 30,10 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex) (thinkstock)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2016 às 08h32.
Londres - Os preços do petróleo recuam nesta sexta-feira coroando uma semana volátil que repercutiu um congelamento na produção entre os principais produtores e um novo recorde de alta nos estoques semanais da matéria-prima nos EUA, somando-se ao persistente excesso mundial de petróleo bruto.
Às 8h55 (de Brasília), o petróleo para março caía 2,18%, a US$ 30,10 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para abril perdia 1,95%, a US$ 33,61 o barril, na ICE, em Londres.
Ambos os valores de referência estão no caminho para registrar um ganho semanal de cerca de 3% depois de esperanças de um acordo entre os principais produtores para sustentar os preços do petróleo ao congelar a produção nos níveis de janeiro.
Quatro principais produtores de petróleo - a Rússia, Arábia Saudita, Catar e Venezuela - propuseram um congelamento coletivo na produção nos níveis de janeiro.
O Irã, no entanto, recusou-se a juntar-se, reiterando o seu plano de elevar sua produção para recuperar sua participação de mercado perdida depois que as sanções internacionais contra Teerã foram suspensas em janeiro.
Dado que o acordo depende da participação de outros produtores de petróleo, o destino do pacto é incerto por enquanto. "A contingência principal - a cooperação de outros membros da OPEP [Organização dos Países Exportadores de Petróleo] - parece excluir qualquer efeito físico real no mercado", disse Jason Gammel, analista de petróleo da Jefferies.
Ainda assim, Gammel, disse que o acordo "oferece os primeiros sinais de otimismo de uma ação da OPEP desde novembro de 2014," quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo embarcou em um bombeamento pesado apesar da queda dos preços.
Na quinta-feira, o Departamento de Energia dos EUA (DoE) informou que os estoques norte-americanos de petróleo bruto cresceram 2,147 milhões de barris na semana encerrada em 16 de fevereiro, para 504,105 milhões de barris, um novo recorde semanal. O resultado ficou abaixo a expectativa de analistas consultados pelo Wall Street Journal, que previam alta de 3,1 milhões de barris no período.
Apesar de ter ficado abaixo do esperado, a produção EUA não caiu tanto quanto o esperado, mesmo com queda de mais de 60% em plataformas de perfuração de petróleo nos EUA e cortes em despesas de capital por empresas de petróleo.
"O excesso de oferta não está indo embora e não vemos que a demanda global irá melhorar no curto prazo. Há muita dor na indústria do petróleo", disse Alan Oster, economista-chefe do National Australia Bank.