Barris de petróleo: em Nova York o preço do barril do "light sweet crude" para entrega em maio recuou 97 centavos, a 55,74 dólares. (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 21h31.
Os preços do petróleo caíram nesta sexta-feira, em Nova York, marcando um fim a uma série de seis sessões seguidas em alta, apesar da redução do número de poços ativos nos Estados Unidos.
No fechamento da Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex), o preço do barril do "light sweet crude" (WTI) para entrega em maio recuou 97 centavos, a 55,74 dólares.
Em Londres, o barril do Brent para entrega em junho, que se tornou na quinta-feira o contrato de referência, fechou em queda de 53 centavos, situando-se a 63,45 dólares no Intercontinental Exchange (ICE).
"O mercado chegou longe demais e não pôde mais manter seu nível" da quinta-feira, comentou Bill Baruch, do iiTrader.com. Os preços tinham subido 12,5% entre 8 e 16 de abril.
"Há uma realização de lucros", acrescentou, um fenômeno particularmente sensível antes do fim de semana.
A empresa Baker Hughes anunciou, durante o dia, que ainda há 26 poços a menos em atividade esta semana, em comparação com a semana passada, mas "a contagem de poços se tornará algo cada vez menos importante", disse Baruch, acrescentando que a "produção já se ressentiu".
De fato, o mercado já assimilou que, depois de seis meses de fechamento de poços, a produção americana começa finalmente a recuar.
O anúncio da quarta-feira sobre uma queda mínima da produção, de 20.000 barris por dia, foi o suficiente para provocar na quinta uma alta dos preços no WTI de quase 6%.
Mas, em vista do aumento nos últimos dias, a queda desta sexta-feira era prevista.
Segundo Matt Smith, da Schneider Electric, vários fatores sustentam os preços: "as tensões geopolíticas (como a conquista, pela Al-Qaeda, de um aeroporto e um acampamento militar) ou a esperança de estímulo na China (através de uma possível flexibilização monetária)".
Vários analistas, no entanto, preveem uma queda dos preços em breve. "Embora o mercado se mantenha otimista e concentrado em alguns elementos como o número de poços, as reservas e a produção nos Estados Unidos, o recente aumento da produção de petróleo da Opep só exacerba o excesso de oferta com relação à demanda", disse Evans.
A Organização de Países Exportadores de Petróleo confirmou o atual excesso de oferta, ao indicar que, no mês passado, sua produção aumentou em 810.000 barris por dia para chegar a 30,79 milhões por dia, em média, superando novamente as cotas do cartel.
Até mesmo nos Estados Unidos, segundo o Instituto Americano de Petróleo (API), a produção americana alcançou em março 9,32 milhões barris por dia, seu nível mais alto em 42 anos, um aumento de 13% na taxa anual.