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Petróleo pode cair para US$ 30 com guerra de preços, diz Goldman Sachs

Petróleo registrou nesta segunda (9) a maior retração desde 1991, depois que a Arábia Saudita iniciou uma guerra de preços com a Rússia

Petróleo (Sergei Karpukhin/Reuters)

Petróleo (Sergei Karpukhin/Reuters)

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Reuters

Publicado em 9 de março de 2020 às 11h55.

Última atualização em 9 de março de 2020 às 11h57.

O Goldman Sachs reduziu suas projeções para o preço do petróleo no segundo e terceiro trimestres para 30 dólares por barril, citando a guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita e a significativa redução na demanda por petróleo devido ao coronavírus.

O petróleo tinha nesta segunda-feira a maior retração desde 1991, depois que a Arábia Saudita iniciou uma guerra de preços com a Rússia ao cortar suas cotações de venda e prometer aumentar sua oferta em um mercado que já sofre com a menor demanda devido ao vírus.

"O corte agressivo dos preços oficiais de vendas dos sauditas e a relutância da Rússia em entrar em um acordo na sexta-feira sinalizam uma baixa probabilidade de um acerto imediato (entre a Opep+), disse o Goldman em nota com data de domingo.

Um pacto que já durava três anos entre a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Rússia terminou com gosto amargo na sexta-feira, após o governo russo ter se recusado a apoiar novos cortes de produção. A Opep respondeu removendo todos os limites para sua própria oferta.

"Embora não possamos descartar um acordo da Opep+ nos próximos meses, nós também acreditamos que esse acordo estava inerentemente desequilibrado e seus cortes de produção economicamente infundados", disse o banco.

O cenário-base do Goldman agora não prevê um acordo como esse, acrescentou o banco.

Os preços menores devem começar a criar um estresse financeiro entre produtores de "shale", reduzindo sua produção, assim como de outros produtores de alto custo, disse o banco.

Isso não evitará, no entanto, um excedente de oferta no terceiro trimestre, de 1,2 milhão de bpd.

Sem mudanças na política de produção, o banco espera que um déficit de oferta surja no quarto trimestre de 2020, o que levaria à redução dos estoques excedentes em 2021.

O Goldman disse que essa perspectiva de uso dos estoques ajudaria os preços a se recuperarem para 40 dólares por barril ao final do ano.

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