Petróleo afunda 4% com piora de Covid na China; ações da Petrobras caem
Maior país importador de petróleo do mundo caminha para o pior choque de demanda da commodity desde os primeiros dias da pandemia
Bloomberg
Publicado em 25 de abril de 2022 às 12h29.
Última atualização em 25 de abril de 2022 às 17h54.
O preço do barril de petróleo começou a semana em forte queda devido a preocupações de que um surto de Covid-19 na China atinja ainda mais o consumo.
Os futuros do petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência nos Estados Unidos, chegaram a cair cerca de 6%, para abaixo de $96 por barril, em meio a umaliquidação de açõese de outras commodities. Já o petróleo Brent, referência para os papéis da Petrobras (PETR3/PETR4), recuou cerca de 5,8% na mínima do dia. Ao longo da tarde, as cotações recuperaram as perdas com a virada da bolsa americana. Ainda assim, os papéis da petroleira fecharam o dia em queda.
- Petróleo WTI: - 3,5%, a U$ 98,48 o barril
- Petróleo Brent: - 3,98%, a U$ 102,40 o barril
- Petrobras (PETR4): - 1,79%
Petrobras (PETR3): - 0,69%
Tensão na China
O aumento dos casos de coronavírus em Pequim provocou nervosismo sobre um cenário sem precedentes deconfinamentona capital, enquantoXangairegistrou mortes diárias recordes no fim de semana. O maior país importador de petróleo do mundo caminha para o piorchoquede demanda de petróleo desde os primeiros dias da pandemia.
As dificuldades da China com o vírus adicionam outra fonte de volatilidade a um mercado de petróleo que já era atingido pela invasão da Ucrânia pela Rússia. A guerra alimentou a inflação e a União Europeia discute medidas pararestringirimportações de petróleo da Rússia.
A China implementou bloqueios em várias cidades na busca peloCovid Zero. Moradores de um distrito de Pequim foram instruídos a se submeterem a três dias de testes a partir de segunda-feira, em uma tentativa de conter os casos.
À medida que os riscos para o consumo aumentam, as apostas de gestores em alta do WTI caíram pra o nível mais baixo desde abril de 2020, quando os preços ficaram negativos.
“A grande história do petróleo continua sendo a China”, disse Keshav Lohiya, fundador da consultora Oilytics. “O impacto na demanda doméstica será significativo se Pequim seguir os passos de Xangai.”
O mercado se prepara para oferta adicional, o que aumenta os sinais de baixa. Espera-se que a Líbia retome a produção de campos fechados nos próximos dias, enquanto o terminal de petróleo CPC na costa do Mar Negro da Rússia retomou as operações regulares após reparos.