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Petrobras: nível 2 de governança da B3 é o máximo que pode ser alcançado

Isso porque, pela Lei do Petróleo que garante controle da estatal à União, os acionistas preferencialistas não têm direito a voto

Petrobras: para o nível 2, a B3 teve que abrir exceção para a entrada da estatal, explicaram executivos (Ueslei Marcelino/Reuters)

Petrobras: para o nível 2, a B3 teve que abrir exceção para a entrada da estatal, explicaram executivos (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de maio de 2018 às 16h29.

Rio - A ida da Petrobras para o nível 2 de governança corporativa da B3 é o máximo que a empresa poderá atingir, admitiram nesta segunda-feira, 14, os executivos da Petrobras em teleconferência com analistas.

Isso porque, pela Lei do Petróleo que garante o controle da estatal à União, os acionistas preferencialistas não têm direito a voto, uma exigência do Novo Mercado, estágio máximo de transparência da bolsa de valores brasileira.

De acordo com o gerente executivo de Governança da Petrobras, Pedro Sutter, e a gerente executiva de Relacionamento com Investidores, Isabela Mesquita, apesar de não poder chegar ao maior grau de governança, a estatal chega ao nível 2 com práticas que superam as exigências da B3, fato que deve ser comemorado.

"Queremos valorizar muito esse momento, porque a gente considera que é o grande passo para companhia, para seus administradores e para seus acionistas", disse Isabela Mesquita em teleconferência com jornalistas na manhã desta segunda-feira.

"Muitas das coisas, a gente já faz mais até do que o Novo Mercado, com opor exemplo o número de conselheiros considerados independentes. A gente tem quase 80% de conselheiros independentes. Já atendíamos o nível 2 e, em alguns itens, mais que o Novo Mercado", afirmou a executiva.

"Incluímos outras regras para o Conselho de Administração que estão mais rígidas que as do Novo Mercado", explicou Sutter, referindo-se a uma série de mudanças feitas no Estatuto da Petrobras na sua última assembleia de acionistas.

Para o nível 2, a B3 teve que abrir exceção para a entrada da Petrobras, explicaram os executivos, com a ampliação das atribuições do Comitê dos Minoritários para compensar a falta de votos dos preferencialistas.

"A forma que nós encontramos para contornar essa possibilidade legal é dar ao Comitê de Minoritários a ampliação do campo de ação. Os minoritários vão sempre opinar quanto às questões que antes eram só dos ordinários. Mudanças importantes têm que ser submetidas aos minoritários", disse Sutter como exemplos de mudanças com a alteração do nível de negociação.

Sutter afirmou que com as atuais práticas de mercado da Petrobras, a empresa poderia obter o selo do Novo Mercado, mas que isso não será possível por conta dos votos dos preferencialistas.

"Nosso objetivo foi ampliar os poderes do Comitê de Minoritários para dar voz aos acionistas, e tivemos que negociar com o acionista controlador", explicou Sutter. "Esse Comitê (de minoritários) irá opinar sobre a transação que se propõe, e essa recomendação fará parte do edital. É uma forma de escutar nossos acionistas", explicou o executivo.

De acordo com Mesquita, a tendência é que a partir de agora o preço das ações ordinárias e preferenciais fique mais alinhado e que mais investidores sejam atraídos pelos papéis da companhia.

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