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Petrobras e BB derrubam Ibovespa após 7 pregões seguidos de alta

Petroleira puxa queda do índice com novas pressões do governo sobre política de preços

Painel de cotações da B3: Petrobras foi um dos maiores destaques negativos do dia (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3: Petrobras foi um dos maiores destaques negativos do dia (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 30 de maio de 2022 às 17h24.

Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira encerrou esta segunda-feira, 30, em terreno negativo descolado do bom humor internacional com sinais de reabertura na China. Em dia de liquidez reduzida com feriado nos Estados Unidos, o Ibovespa chegou a abrir em alta, mas virou para o campo negativo ainda pela manhã, fechando em terreno negativo pela primeira vez após sete dias consecutivos de alta.

  • Ibovespa: - 0,81%, aos 111.032 pontos
  • Dólar: + 0,33%, a R$ 4,754

A pressão veio, principalmente, das estatais, que puxaram as perdas do Ibovespa, com quedas superiores a 3%. A Petrobras, com a segunda maior participação na carteira teórica do índice, teve mais um pregão de forte queda, reagindo às pressões sobre sua política de preços.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os preços praticados pela companhia. Em visita ao Recife nesta segunda, Bolsonaro afirmou em entrevista à imprensa que o preço do diesel poderia "quebrar o Brasil". Na sexta, as ações da empresa já haviam desabado mais de 4%.

  • Petrobras (PETR3): - 2,16%
  • Petrobras (PETR4): - 1,99%

Nem mesmo a valorização do petróleo Brent, negociado próximo de US$ 122, serviu de suporte aos papéis da companhia. 

"Todos os ruídos são muito ruins para a empresa. Apesar da insistência [de Bolsonaro], acho difícil haver interferência na Petrobras. Mas em um ano eleitoral qualquer governo vai tentar melhorar a imagem", disse Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

Vale lembrar que o governo indicou um novo presidente para a petrolífera na semana passada – o terceiro, se aprovado, a comandar a companhia na gestão Bolsonaro. 

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Destaques de ações

Para além da Petrobras, as estatais Banco do Brasil e Eletrobras também apresentaram forte queda neste pregão. No caso do BB, os papéis reagiram à notícia do jornal O Globo de que o BB teria desistido de vender sua unidade na Flórida, o BB Américas.

  • Banco do Brasil (BBAS3): - 2,65%

Sobre a Eletrobras, Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, disse que a maior volatilidade já era esperada dado a aproximação da oferta de ações que deve definir sua privatização. "Há uma oferta em curso, é normal a maior volatilidade até a precificação da operação [marcada para 9 de junho]".

  • Eletrobras (ELET6): - 3,44%
  • Eletrobras (ELET3): - 3,36%

O tom negativo foi parcialmente neutralizado pelas ações da Vale, que fecharam em alta, após o minério de ferro subir nesta madrugada. A apreciação teve como pano de fundo a expectativa de maior demanda, com alívio de restrições em algumas das principais cidades da China.

  • Vale (VALE3): + 1,09%

Shoppings centers voltaram a ser abertos neste fim de semana em Pequim e, segundo a Reuters, a planta da Tesla em Xangai já está operando com 70% da capacidade.

A reabertura da segunda maior economia do mundo impulsiona bolsas internacionais neste início de semana, com exceção das americanas – que permanecem fechadas devido feriado nacional em homenagem aos militares que morreram em conflito.

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