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Petrobras despenca e Bovespa fecha em queda de 1,85%

Frustração do mercado com balanço trimestral da estatal, divulgado sem uma esperada baixa contábil, derrubou suas ações em mais de 10% e levou o Ibovespa junto


	Petrobras: ações da estatal tiveram queda de cerca de 10%
 (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: ações da estatal tiveram queda de cerca de 10% (Sergio Moraes/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2015 às 17h16.

São Paulo - A frustração do mercado com o balanço trimestral da Petrobras, divulgado sem a esperada baixa contábil que daria a investidores uma orientação sobre o valor justo dos ativos da petroleira, derrubou as ações da estatal em mais de 10 por cento e carregou para baixo o principal índice da bolsa paulista nesta quarta-feira.

A estatal, cujas ações combinadas tiveram peso de 8,3 por cento na composição do índice desta sessão, exerceu a maior influência de baixa sobre o Ibovespa, após a divulgação nesta madrugada dos números não auditados do terceiro trimestre.

O Ibovespa fechou em queda de 1,85 por cento, a 47.694 pontos. O giro financeiro do pregão foi de 5,9 bilhões de reais. Os papéis preferenciais da Petrobras perderam 11,21 por cento, e os ordinários caíram 10,48 por cento, tirando mais de 400 pontos do índice brasileiro.

Em relatórios, analistas ressaltaram que a divulgação do balanço atendeu apenas obrigações com credores e não deu uma dimensão das perdas decorrentes de sobrepreço nos contratos que, conforme investigação do Ministério Público Federal, beneficiou ex-funcionários, executivos de fornecedoras e políticos.

"Isso é bastante frustrante, dado que todos esperavam por estes números para ter um algum dimensionamento das perdas e do valor dos ativos da empresa", escreveram analistas da Planner em relatório.

Embora não tenha efetivamente reduzido o valor de seus ativos, a Petrobras apresentou um cálculo indicando potenciais baixas contábeis de mais de 60 bilhões de reais.

Anda assim, a preocupação de investidores sobre a saúde financeira da estatal deve continuar, já que se desconhece o nível exato do ajuste a ser feito nos ativos imobilizados.

Além da situação delicada da Petrobras, também repercutiu nos mercados brasileiros a percepção de que o ajuste fiscal comandado pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, terá que passar por rodadas de negociação antes de ser colocado em prática.

"Não será fácil, e os mercados vão precificando isso, após semanas de maior euforia e otimismo... Começamos a ouvir críticas às mudanças, à medida que os ajustes são anunciados", disse a corretora Guide Investimentos.

Na terça-feira, o presidente-executivo do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira, disse que o governo federal dará um sinal negativo para o mercado se voltar atrás nas medidas de ajuste do seguro-desemprego anunciadas recentemente.

Ações de bancos como Banco do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco seguiram a Petrobras entre as maiores pressões negativas do Ibovespa do dia, além da companhia de educação Kroton.

A construtora e incorporadora PDG Realty perdeu 5 por cento, com o mercado ainda pessimista sobre as perspectivas para seus resultados. No campo positivo, o destaque foram as ações da fabricante de cigarros Souza Cruz.

O mercado também ficou na defensiva antes da decisão do Federal Reserve, banco central norte-americano, à espera de sinais sobre quando os juros começarão a subir na maior economia do mundo.

Logo após o fechamento dos mercados brasileiros, o Fed repetiu que continuará "paciente" para elevar os juros e disse que a economia dos EUA está nos trilhos, apesar das turbulências em outros mercados ao redor do mundo.

*Atualizada às 18h10 do dia 28/01/2015

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