A Petrobras de volta ao azul
O balanço que a Petrobras divulga nesta quinta-feira é aguardado por investidores para selar o consenso de que o período de maior sufoco da companhia acabou. Após três trimestres seguidos de perdas, que totalizam quase 42 bilhões de reais, a expectativa é de que a estatal apresente um lucro de pouco mais de 1 bilhão […]
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2016 às 19h50.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.
O balanço que a Petrobras divulga nesta quinta-feira é aguardado por investidores para selar o consenso de que o período de maior sufoco da companhia acabou. Após três trimestres seguidos de perdas, que totalizam quase 42 bilhões de reais, a expectativa é de que a estatal apresente um lucro de pouco mais de 1 bilhão de reais de abril a junho deste ano – o dobro dos 500 milhões de reais do mesmo período do ano passado.
Embora o engenheiro Pedro Parente tenha assumido a presidência da Petrobras no dia 1º de junho, o resultado positivo tem pouco a ver com a nova gestão. O lucro deve ser resultado de um real mais valorizado, que diminui as dívidas e despesas da companhia, e do preço do petróleo voltando ao patamar de 50 dólares o barril, que viabiliza projetos de exploração no pré-sal. Soma-se a isto a produção recorde de petróleo das estatal, que chegou a 2,9 milhões de barris por dia em junho.
Eis uma tranquilidade para Parente – a produção se manteve blindada do terremoto que sacudiu a companhia. O drama da antiga gestão, de Aldemir Bendine, era a intervenção política e a roubalheira. Com Parente, e o novo governo, analistas confiam em mudanças nesses dois aspectos. “Além do cenário macro, que melhorou, a intervenção política na estatal deixou de ser um temor e o Parente parece estar comprometido em vender os ativos da estatal”, afirma Celson Plácido, estrategista-chefe da XP Investimentos. Um deles já foi: no fim de julho a Petrobras vendeu participação no bloco do pré-sal de Carcará por 2,5 bilhões de dólares.
Evidentemente, é preciso ir muito mais fundo. Em relatório, analistas do banco Santander estimam que, se a companhia conseguir realizar as vendas necessárias (o plano de desinvestimentos para 2015 e 2016 é de 15 bilhões de dólares) a relação entre dívida e geração de caixa deve chegar 2,8 vezes em 2019, ante os 5,3 vezes do fim de 2015. O processo é lento e desafiador para Parente. Voltar aos lucros, de qualquer forma, já é um ótimo sinal.