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Pegadinha de 1º de abril da Tesla fez gente perder dinheiro

Uma inocente piada de 1º de abril provocou grandes oscilações financeiras no caso da fabricante de carros elétricos

Tesla: no mundo das transações financeiras de alta frequência, os segundos necessários para entender a piada foram suficientes para que o estrago estivesse feito (Andrew Harrer/Bloomberg)

Tesla: no mundo das transações financeiras de alta frequência, os segundos necessários para entender a piada foram suficientes para que o estrago estivesse feito (Andrew Harrer/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2015 às 10h35.

Última atualização em 30 de março de 2017 às 16h10.

Quando o assunto é uma empresa gigante e acompanhada de perto por investidores, caso da fabricante americana de carros elétricos Tesla Motors, até uma inocente piada de 1º de abril pode provocar grandes oscilações financeiras.

Foi o que aconteceu na última quarta-feira, quando a Tesla divulgou um comunicado anunciando um novo produto: o Model W.

A nomenclatura seguia a mesma utilizada para nomear os veículos da empresa, uma letra antecedida pela palavra Model. Acontece que, neste caso, o tal Model W se tratava de um relógio inventado, uma pegadinha do dia da mentira. A foto e o texto do comunicado deixavam óbvio o tom humorístico – um ataque sarcástico ao Apple Watch.

Mas, no mundo das transações financeiras de alta frequência, os segundos necessários para entender a piada foram suficientes para que o estrago estivesse feito.

Um minuto depois da divulgação do comunicado falso, as ações da Tesla subiram quase 1,5 dólar, atingindo 188,5 dólares. Segundo a Fortune, quase 400 mil papéis foram negociados, o minuto mais intenso desde o dia 12 de fevereiro. Pouco depois, a empresa voltou a cair e fechou cotada 0,63% abaixo do dia anterior. Foi o suficiente para que investidores perdessem centenas de milhares de dólares.

Mas o que foi que aconteceu? Como analistas experientes podem cair numa piada tão óbvia de 1º de abril? Segundo a Bloomberg, sistemas automatizados de compra e venda de ações, que se baseiam em algoritmos para realizar as negociações, provavelmente foram os responsáveis pelo rápido movimento de compra. Talvez algum humano também tenha se precipitado ao ver o título do comunicado, imaginando que a empresa havia anunciado um novo carro, mas isso deve ter representado uma minoria.

O caso é um perfeito exemplo das limitações de sistema totalmente automatizados. Robôs ainda não entendem piadas, e isso trouxe grandes consequências – neste caso, adicionando 100 milhões de dólares em valor de mercado da Tesla.

Pelo bem do sistema financeiro, esses algoritmos precisam urgentemente aprender a respeitar as regras do bom humor.

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