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Payroll: o que esperar dos números do mercado de trabalho americano

Taxa de desemprego em março pode cair para os patamares pré-pandemia e reforçar que a economia pode suportar o aumento de juros do Fed

Anúncio de 'estamos contratando' em supermercado dos Estados Unidos: taxa de desemprego pode cair aos patamares pré-pandemia (Hannah Beier/Bloomberg via/Getty Images)

Anúncio de 'estamos contratando' em supermercado dos Estados Unidos: taxa de desemprego pode cair aos patamares pré-pandemia (Hannah Beier/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 1 de abril de 2022 às 06h45.

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Os dados oficiais do mercado de trabalho americano em março serão conhecidos nesta sexta-feira, 1º de abril, às 9h30 (horário de Brasília). A expectativa no mercado americano é a de que a taxa de desemprego tenha caído para 3,7%. Se confirmada a projeção consensual, o patamar será o mais baixo desde o período pré-pandemia, quando a taxa estava em 3,5%. 

Economistas americanos esperam que o relatório de empregos não-agrícolas, conhecido como payroll, apresente a criação líquida (vagas abertas menos as fechadas) de 490 mil postos de trabalho em março. Na última divulgação, porém, relativa a fevereiro, os números saíram muito além do consenso de 400 mil e ficaram em 678 mil.

Vale ressaltar que em março o país chegou a registrar o menor número de pedidos de seguro-desemprego para o período de uma semana desde o fim da década de 1960, um sinal do vigor da economia neste momento. 

Os dados do mercado de trabalho americano, que chegou a ter 14,7% de taxa de desemprego no auge da pandemia, são o indicador mais importante de atividade que o Federal Reserve, o Fed, olha ao tomar a sua decisão de política monetária. Uma geração de emprego sólida significa que a economia está forte o suficiente para suportar os primeiros passos do ciclo de aumento de juro e, posteriormente, a redução do balanço patrimonial do banco central.

E os dados podem representar a fotografia de um momento prestes a perder o seu ímpeto, a depender das decisões de política monetária. Parte do mercado já trabalha com o risco de uma recessão em 2023.

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Preocupações de que o banco central americano possa ser muito rigoroso -- hawkish -- crescem no mercado diante de níveis de inflação em níveis historicamente cada vez mais altos. O índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) estava em 7,9% na taxa em 12 meses até fevereiro, o maior patamar desde o início dos anos 1980.

O núcleo do índice de preços com gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês), considerado um importante indicador para as decisões do Fed, foi divulgado ontem e bateu o maior patamar desde a década de 1980.

Investidores esperam que os dados desta sexta deem novas pistas não apenas sobre o passado mas sobre o futuro da maior economia do mundo. 

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