São Paulo – A agência de classificação de risco Fitch está esperando receber mais detalhes e projeções sobre a recente joint-venture anunciada entre o Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) e o BMG para concluir a revisão das notas de crédito do BMG. Dependendo do impacto sobre os índices de capitalização e lucratividade, os ratings poderão ser afetados.

Atualmente, os IDRs (Issuer Default Rating – Rating de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) de longo e de curto prazo em moeda estrangeira e local do banco são de "B", com perspectiva estável. Já o rating nacional de longo prazo da empresa é "BBB", também estável.

Para a Fitch, o anúncio do Banco Itaú BMG Consignado foi positivo devido ao compromisso por parte do Itaú Unibanco, que disponibilizou uma linha de crédito a taxas competitivas. “A criação desta joint-venture permitirá ao BMG reduzir gradualmente os 33 bilhões de reais de ativos de risco ponderado, à medida que os créditos existentes forem vencendo, ou pagos antecipadamente”, diz a agência, em nota.

Além disso, acredita-se que a carteira de crédito da joint-venture aumente em até 12 bilhões de reais, o que seria quase o dobro da atual carteira de crédito consignado do Itaú Unibanco.

Acordo

Na terça-feira passada, o acordo que criou o Banco Itaú BMG Consignado foi anunciado. O Itaú detém 70% de participação nele, enquanto o BMG, 30%. O capital inicial é de 1 bilhão de reais.

O Itaú Unibanco garantirá recursos de até 300 milhões de reais por mês ao banco por um período de, no mínimo, cinco anos. Quando consolidado, ele aumentará a participação de mercado no crédito consignado, já que, segundo a Fitch, a empresa “atualmente ocupa uma posição inferior à de seus principais concorrentes”.