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Para HBSC, ações da OGX valem R$ 0,60

Analistas destacam alguns fatores positivos, mas a posição de caixa e a credibilidade da administração preocupam

plataforma da OGX (Divulgação/OGX)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 15h15.

São Paulo -Enquanto as ações da OGX ( OGXP3 ) acumulam queda de 81% no ano, e o grupo EBX vive uma crise de credibilidade, os analistas do HSBC ainda veem alguns fatores positivos à frente que podem ajudar em uma possível recuperação da empresa. Apesar disso, o banco põe como preço-alvo para os papéis apenas 60 centavos de real – 35% de potencial de desvalorização - com classificação de underweight (alocação abaixo da média).

“Não estamos propensos a manter uma posição na empresa, pois não vemos nenhum catalisador de curto prazo que possa impulsionar a alta das ações”, justificam Luiz Felipe Carvalho, Filipe Gouveia e Shakthi Kumar, analistas que assinam o relatório.

Desde 2011, a petroleira de Eike Batista viu sua credibilidade minar em consequência de uma série de eventos que decepcionaram as expectativas dos investidores. Os volumes e os números de produção apresentados ficaram bem abaixo do que era projetado pela empresa, o que trouxe uma grande dúvida em relação à tese de investimento e também à credibilidade da administração da empresa.

Os analistas destacam dois eventos no ano que terão influência no futuro da petroleira: a atualização de recursos no terceiro trimestre de 2013 e a produtividade dos poços no quarto trimestre desse ano e no primeiro trimestre de 2014.

Fatores negativos

De acordo com o banco, provavelmente a reavaliação de ativos será negativa. Os analistas esperam que o próximo relatório da D&M comprove que foram gastos 5,3 bilhões de dólares e que a base de recursos diminuiu em termos de reservas, recursos contingentes e prospectivos.

Além disso, a posição de caixa e o consumo trimestral de caixa da ordem de 500 milhões de dólares preocupam. A atual posição de caixa de 1,1 bilhão de dólares sustenta apenas mais três trimestres de consumo de caixa sem precisar do exercício da opção de subscrição – quatro, assumindo os 750 milhões de dólares da venda à Petronas.


A credibilidade da administração é outro fator que trabalha contra a empresa. Após uma sequência de decepções e descumprimentos de guidance, os investidores estão extremamente preocupados com cada número novo fornecido pela OGX. Ainda assim, os analistas acreditam que a atual administração é muito mais consistente e racional do que a anterior.

Fatores positivos

Por outro lado, Carvalho, Gouveia e Kumar afirmam na análise que há três fatores positivos no investimento na OGX. Em primeiro lugar, ainda há alguns ativos para monetizar. A OGX vai receber 850 milhões de dólares (implicando um múltiplo de transação de 10 dólares/boe), pela venda de 40% de Tubarão Martelo para a Petronas.

“A nosso ver, a OGX irá reduzir sua participação em alguns outros blocos, visando ajustar sua estrutura de capital”, afirmam os analistas. Eles acreditam que se a empresa for bem sucedida em assinar mais um acordo de farm-out, os investidores poderiam precificar a participação restante com a mesma avaliação usada na transação e o caixa aumentaria.

Outro ponto destacado pelo banco é o exercício da opção de subscrição de 1 bilhão de dólares contra o acionista controlador, Eike Batista. Essa seria a maneira de financiar o desenvolvimento e a exploração da carteira da OGX com maior agregação de valor, e deve ocorrer no final deste ano, na opinião dos analistas.

Por fim, a OGX comprou da Petrobras uma participação de 40% nos campos de Atlanta e Oliva por 270 milhões de dólares. “Temos uma visão positiva sobe estes ativos, os quais podem gerar caixa extra a partir de 2015 e também precificar as reservas compradas em sua carteira de ativos”, explicam.

Últimas notícias

Para piorar a situação, mais cedo este mês a agência de classificação de risco Fitch cortou a nota de crédito de longo prazo em moeda estrangeira da empresa de B- para CCC, nível considerado como “lixo”. O rating nacional passou de BB+ para CCC, ambos com perspectiva negativa.

Além disso, na última sexta-feira, dia 21 de junho, a petroleira anunciou que Pedro Sampaio Malan, Rodolpho Tourinho Neto e Ellen Gracie Northfleet não fazem mais parte do conselho de administração da companhia. Os três eram membros independentes da mesa e a OGX não informou se os nomes serão ou não substituídos.

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“Não estamos propensos a manter uma posição na empresa, pois não vemos nenhum catalisador de curto prazo que possa impulsionar a alta das ações”, justificam Luiz Felipe Carvalho, Filipe Gouveia e Shakthi Kumar, analistas que assinam o relatório.

Desde 2011, a petroleira de Eike Batista viu sua credibilidade minar em consequência de uma série de eventos que decepcionaram as expectativas dos investidores. Os volumes e os números de produção apresentados ficaram bem abaixo do que era projetado pela empresa, o que trouxe uma grande dúvida em relação à tese de investimento e também à credibilidade da administração da empresa.

Os analistas destacam dois eventos no ano que terão influência no futuro da petroleira: a atualização de recursos no terceiro trimestre de 2013 e a produtividade dos poços no quarto trimestre desse ano e no primeiro trimestre de 2014.

Fatores negativos

De acordo com o banco, provavelmente a reavaliação de ativos será negativa. Os analistas esperam que o próximo relatório da D&M comprove que foram gastos 5,3 bilhões de dólares e que a base de recursos diminuiu em termos de reservas, recursos contingentes e prospectivos.

Além disso, a posição de caixa e o consumo trimestral de caixa da ordem de 500 milhões de dólares preocupam. A atual posição de caixa de 1,1 bilhão de dólares sustenta apenas mais três trimestres de consumo de caixa sem precisar do exercício da opção de subscrição – quatro, assumindo os 750 milhões de dólares da venda à Petronas.


A credibilidade da administração é outro fator que trabalha contra a empresa. Após uma sequência de decepções e descumprimentos de guidance, os investidores estão extremamente preocupados com cada número novo fornecido pela OGX. Ainda assim, os analistas acreditam que a atual administração é muito mais consistente e racional do que a anterior.

Fatores positivos

Por outro lado, Carvalho, Gouveia e Kumar afirmam na análise que há três fatores positivos no investimento na OGX. Em primeiro lugar, ainda há alguns ativos para monetizar. A OGX vai receber 850 milhões de dólares (implicando um múltiplo de transação de 10 dólares/boe), pela venda de 40% de Tubarão Martelo para a Petronas.

“A nosso ver, a OGX irá reduzir sua participação em alguns outros blocos, visando ajustar sua estrutura de capital”, afirmam os analistas. Eles acreditam que se a empresa for bem sucedida em assinar mais um acordo de farm-out, os investidores poderiam precificar a participação restante com a mesma avaliação usada na transação e o caixa aumentaria.

Outro ponto destacado pelo banco é o exercício da opção de subscrição de 1 bilhão de dólares contra o acionista controlador, Eike Batista. Essa seria a maneira de financiar o desenvolvimento e a exploração da carteira da OGX com maior agregação de valor, e deve ocorrer no final deste ano, na opinião dos analistas.

Por fim, a OGX comprou da Petrobras uma participação de 40% nos campos de Atlanta e Oliva por 270 milhões de dólares. “Temos uma visão positiva sobe estes ativos, os quais podem gerar caixa extra a partir de 2015 e também precificar as reservas compradas em sua carteira de ativos”, explicam.

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Além disso, na última sexta-feira, dia 21 de junho, a petroleira anunciou que Pedro Sampaio Malan, Rodolpho Tourinho Neto e Ellen Gracie Northfleet não fazem mais parte do conselho de administração da companhia. Os três eram membros independentes da mesa e a OGX não informou se os nomes serão ou não substituídos.

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