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PANORAMA3-Bolsas têm pico em mais de 2 anos após Fed; dólar cai

SÃO PAULO, 4 de novembro (Reuters) - A injeção extra de liquidez anunciada pelo Federal Reserve na véspera incentivou o apetite por risco nesta quinta-feira, com as ações globais saltando à máxima em mais de dois anos, enquanto o dólar derretia. O anúncio do programa de compra de Treasuries pelo Fed já estava em parte […]

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 17h43.

SÃO PAULO, 4 de novembro (Reuters) - A injeção extra de
liquidez anunciada pelo Federal Reserve na véspera incentivou o
apetite por risco nesta quinta-feira, com as ações globais
saltando à máxima em mais de dois anos, enquanto o dólar
derretia.

O anúncio do programa de compra de Treasuries pelo Fed já
estava em parte embutido nos preços, mas a confirmação da
medida alimentou ainda mais a disposição dos investidores.

Assim, ativos considerados de mais risco e que, por isso,
oferecem mais rentabilidade, foram os principais beneficiados.
O índice MSCI de ações mundiais subiu ao pico
antes da quebra do Lehman Brothers, impulsionado pelos ganhos
nas bolsas de valores em Nova York.

Na Ásia, os índices acionários de Xangai e Tóquio
avançaram em torno de 2 por cento. O europeu
FTSEurofirst 300 alcançou a máxima em sete meses.

Na contramão, o dólar perdeu terreno ante outras divisas
, com o euro chegando ao maior nível em nove meses e
meio. O movimento favoreceu as commodities , com os
preços do petróleo fechando no maior patamar desde abril.

Destaque para o desempenho das ações e moedas de países
emergentes, que devem receber boa parte do fluxo oriundo dos
estímulos do Fed. O índice de ações para mercados emergentes
ganhou quase 2 por cento, enquanto o dólar
australiano foi catapultado à máxima em 28 anos.

Os ativos brasileiros seguiram a toada externa. O Ibovespa
se aproximou dos 73 mil pontos, perto do recorde registrado em
maio de 2008, enquanto o real avançou mais de 1 por cento, em
torno das máximas também em dois anos.

A expansão monetária nos EUA, contudo, não foi bem recebida
por líderes emergentes. O ministro da Fazenda, Guido Mantega,
por exemplo, mostrou ceticismo com a eficácia dos estímulos
sobre o crescimento, alertando que a medida pode agravar
desquilíbrios globais [ID:nN04219095]. China, Coreia do Sul,
Tailândia e México também criticaram [ID:nN04126533].

A repercussão do Fed ofuscou dados que mostraram uma
recuperação ainda divergente nos EUA. Os pedidos de
auxílio-desemprego subiram mais que o esperado na última
semana, enquanto os custos trabalhistas caíram no terceiro
trimestre [ID:nN04223778].

Da agenda local, a entrada líquida de dólares somou 6,917
bilhões de dólares em outubro, segundo maior resultado positivo
no ano. Também no mês passado, o IPC-Fipe subiu 1,04 por cento
[ID:nN04256060] [ID:nN04118790].

Tal número motivou a alta nas projeções de juros, após o
Tesouro vender toda a oferta de títulos prefixados em leilão.

Veja como fecharam os principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,678 real, em queda de 1,41 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 1,52 por cento, para 72.995 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 7,87 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros ganhou 3 por
cento, a 37.665 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,40 por cento ao ano, ante
11,33 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,4193 dólar,
ante 1,4143 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, avançava a 140,625 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,025 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil subia 1 ponto, para 173 pontos-básicos. O
EMBI+ caía 4 pontos, a 233 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones teve alta de 1,96 por cento, a
11.434 pontos; o S&P 500 registrou ganho de 1,93 por
cento, a 1.221 pontos, e o Nasdaq subiu 1,46 por cento,
a 2.577 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
apurou alta de 1,80 dólar, para 86,49 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,489
por cento ante 2,579 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Daniela Machado)

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