SÃO PAULO, 14 de outubro (Reuters) - Os principais mercados
financeiros globais tomaram fôlego nesta quinta-feira, com o
ímpeto das bolsas sendo interrompido pelo mau desempenho do
setor bancário. Já o dólar continuou em queda livre ante outras
moedas, em meio a perspectivas de mais afrouxamento monetário.

A Bovespa fechou praticamente estável, ao passo que a moeda
norte-americana descolou do movimento externo e subiu ante o
real, de olho nos desdobramentos da eleição presidencial
brasileira e em possíveis medidas cambiais do governo.

Os juros futuros da BM&FBovespa também monitoraram novas
perspectivas para a política doméstica e recuaram, a despeito
da alta de 2 por cento nas vendas no varejo local em agosto e
do leilão de títulos públicos prefixados promovido pelo Tesouro
Nacional [ID:nN14128242] [ID:nN14130711].

Profissionais apontaram que o crescimento do presidenciável
José Serra nas pesquisas eleitorais favoreceu o movimento nos
mercados de câmbio e DI, com o mercado precificando a postura
mais rígida do candidato quanto ao setor fiscal e seu discurso
em prol de um câmbio mais competitivo para exportações.

Segundo sondagem CNT/Sensus divulgada nesta manhã, Dilma
tem 46,8 por cento das intenções de voto, contra 42,7 por cento
de Serra. Como a margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos
percentuais, para baixo ou para cima, no limite mínimo a
petista teria 44,6 por cento e no máximo o tucano teria 44,9
por cento [ID:nN14106657].

Nos mercados externos, investidores mostraram cautela
quanto à investigação promovida pelo governo norte-americano
sobre as execuções de hipotecas no país. Os agentes temem que
medidas mais rígidas para esse segmento possam minar os lucros
de bancos.

Com esse pano de fundo, as bolsas de valores em Nova York
terminaram em leve queda, mesmo movimento do principal índice
de ações europeu . Não agradou a notícia de que os
pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos EUA aumentaram na
última semana, o que também golpeou os preços do petróleo
[ID:nN14110908].

No câmbio global, o dólar tocou a mínima do ano contra uma
cesta de moedas , após Cingapura aumentar a banda de
negociação de sua moeda . A possibilidade que o
Federal Reserve injete mais recursos na economia dos EUA seguiu
no radar.

Veja como terminaram os principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,663 real, em alta de 0,48 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa teve oscilação positiva de 0,02 por cento, a
71.692 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 9,09 bilhões
de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros caiu 0,62 por
cento, a 36.629 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,26 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,34 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,4083 dólar, ante
1,3962 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía para 140,563 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de x por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 8 pontos, a 171 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 8 pontos, a 245 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones teve variação negativa de 0,01
por cento, para 11.094 pontos. O Nasdaq caiu 0,24 por
cento, para 2.435 pontos. O S&P 500 teve desvalorização
de 0,36 por cento, para 1.173 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
caiu 0,32 dólar, ou 0,39 por cento, a 82,69 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,5094
por cento ante 2,422 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)