SÃO PAULO, 27 de outubro (Reuters) - As principais praças
financeiras globais começavam mais uma sessão refletindo
cautela de investidores em relação à esperada nova rodada de
"quantitative easing" nos Estados Unidos, o que se refletia em
leve alta do dólar e queda de índices acionários e
commodities.

Agentes financeiros se mostravam mais defensivos para o
caso de a autoridade monetária dos EUA decidir por um montante
inferior ao aguardado no mercado. Pesquisa Reuters no início do
mês mostrava que os dealers primários nos EUA projetavam
estímulos entre 500 bilhões e 1,5 trilhão de dólares.

Reportagem do Wall Street Journal, relatando que o Fed
provavelmente anunciará na próxima semana um programa de
compras de títulos do Tesouro norte-americano no valor de
algumas centenas de bilhões de dólares ao longo de vários
meses, repercutia nos negócios.

Tal informação gerava a perspectiva de que o BC
norte-americano adotará um ritmo gradual na injeção de recursos
no sistema, levando à liquidação de algumas posições vendidas
em dólar.

Pela manhã, o índice DXY , que mede o valor do dólar
frente a uma cesta de moedas, contudo, já reduzia a alta para
0,08 por cento. Ante a divisa japonesa, o dólar apreciava-se
0,23 por cento, a 81,65 ienes. O euro desvalorizava-se 0,18 por
cento, a 1,3836 dólar.

Desse modo, as commodities recuavam, com o petróleo
negociado a 81,74 dólares o barril, em queda de 0,98 por cento,
nas operações eletrônicas em Nova York.

Também no vermelho, o índice MSCI para ações globais
perdia 0,35 por cento, enquanto o para ações
emergentes recuava 1,12 por cento.

Na Europa, o FTSEurofirst 300 reduziu as perdas,
mas seguia em terreno negativo, com queda de 0,03 por cento,
com o decréscimo nos preços de commodities metálicas
prejudicando papéis de mineradoras.

Os futuros acionários nos EUA sinalizavam uma abertura
negativa também, com o contrato do S&P 500 em baixa de
4,80 pontos. Dados do setor imobiliário e de encomenda de bens
duráveis estão na pauta, com a temporada de balanços incluindo
números da Procter & Gamble Company e Visa, entre outros.

Na Ásia, a recuperação do dólar ante o iene proporcionou
algum suporte ao Nikkei , que encerrou a jornada em
Tóquio com acréscimo de 0,10 por cento. O índice da bolsa de
Xangai , contudo, caiu 1,46 por cento, também
prejudicado pela debilidade nas commodities e temor de o Fed
não ser tão agressivo.

No Brasil, a safra de resultados de empresas listadas no
Ibovespa ganha corpo com os números do Bradesco --já
divulgados-- e da Net.

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Veja como terminaram os principais mercados na
terça-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,706 real, em alta de 0,29 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 1,67 por cento, a 70.740 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 7,03 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançou 0,75 por
cento, a 35.812 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,34 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,41 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3857 dólar, ante
1,3963 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava para 140,063 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,166 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 6 pontos, a 172 pontos-básicos. O EMBI+
cedia 9 pontos, a 242 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones teve oscilação positiva de 0,05
por cento, a 11.169 pontos, e o S&P 500 fechou estável,
aos 1.185 pontos. O Nasdaq Composite subiu 0,26 por
cento, aos 2.497 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
registrou oscilação positiva de 0,03 dólar, a 82,55 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,643
por cento ante 2,567 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por Paula Arend Laier; Edição de Vanessa Stelzer)