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Pandemia abre espaço para varejistas em clube dos R$ 100 bilhões da bolsa

Depois da Magazine Luiza, grupo das Lojas Americanas pode entrar na lista das empresas mais valiosas do mercado brasileiro

E-commerce: ações de empresas com sistemas de vendas on-line desenvolvidos são as que mais sobem no ano (Tevarak Phanduang / EyeEm/Getty Images)

E-commerce: ações de empresas com sistemas de vendas on-line desenvolvidos são as que mais sobem no ano (Tevarak Phanduang / EyeEm/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 2 de junho de 2020 às 16h59.

Composto pela elite da elite das empresas brasileiras, poucos grupos são tão exclusivos (e poderosos) quanto o "clube dos 100 bilhões" de reais de valor mercado. Atualmente, na bolsa brasileira, somente seis companhias preenchem esse requisito. Mas esse número já foi maior, de acordo com dados da ferramenta de informações financeiras Economática.

No início do ano, eram oito as companhias com valor de mercado superior a 100 bilhões de reais: Petrobras, Itaú, Ambev, Bradesco, Vale, Santander, Banco do Brasil e Itausa. Mas, os efeitos do coronavírus mudaram essa lista. Além das fortes desvalorizações terem tirado Banco do Brasil, Santander e Itausa, recentemente, o "clube" ganhou sua primeira varejista da história.

Com suas ações impulsionadas pelo desempenho no comércio digital, que mais que supriram as perdas com as lojas físicas em meio à quarentena, o valor de mercado da Magazine Luiza chegou a 104 bilhões de reais. O montante é cerca de seis vezes superior ao valor de sua concorrente Via Varejo e supera até mesmo multinacionais como a Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e a marca de artigos esportivos Puma, que valem cerca de 13 bilhões de euros e 10 bilhões de euros, respectivamente.

No ano, os papéis da Magazine Luiza acumulam alta de 33,66%, o que resultou em uma apreciação de 25,9 bilhões de reais. A companhia tem um dos melhores desempenhos do Ibovespa em 2020 e só perde para outra varejista, a B2W, com foco total no e-commerce.

Desde o início do ano, as ações da B2W, conhecida por ser o braço digital das Lojas Americanas, já subiram 45,4%, fazendo com que seu valor de mercado fosse de 32,89 bilhões de reais para 47,8 bilhões de reais. Embora ainda pareça longe dos 100 bilhões de reais, seu ritmo de crescimento sugere o contrário.

Entre as ações que compõem o Ibovespa, as da B2W foram as que mais subiram nos últimos três anos, acumulando alta superior a 600%. Com a valorização, a empresa se tornou mais valiosa até do que sua própria controladora.

Em termos operacionais, a receita líquida da B2W é 29% inferior ao das Lojas Americanas, mas a diferença vem encurtando. No primeiro trimestre do ano, a vendas digitais foram responsáveis por 41,8% da receita líquida do grupo Universo Americanas contra 36,1% no mesmo período de 2019. A tendência é a de que a B2W ganhe ainda mais relevância no balanço do segundo trimestre, mais impactado pelo efeito das quarentenas. Já o volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) da B2W, que também mede a participação do marketplace, supera em 64% a receita bruta das Lojas Americanas.

Juntas, as Lojas Americanas e a B2W somam 92,48 bilhões de reais de valor de mercado. No início do ano, as duas empresas juntas valiam 71,44 bilhões de reais e, no fim de 2017, 34,38 bilhões de reais.

Pelas projeções de mercado, não deve demorar para que o grupo entre para o clube das empresas com mais de 100 bilhões de valor de mercado. Nesta semana, analistas da XP Investimentos e do Bradesco BBI estimaram que as ações da B2W e das Lojas Americanas podem se valorizar ainda mais. Segundo a XP, os preços-alvos das ações da B2W e das Lojas Americanas seriam de 105 reais e 60 reais, representando uma valorização potencial de 14,9% e 22,9%, respectivamente. Já o BBI acredita que ainda há espaço para a B2W subir 9,4% e as Lojas Americanas, 12,6%.

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