PagSeguro espera levantar até US$ 1,8 bilhão em IPO
Serão 92,1 milhões de ações na oferta primária e outras 48,81 milhões de ações que pertencem hoje ao Uol
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 08h34.
Última atualização em 24 de janeiro de 2018 às 07h52.
São Paulo - A PagSeguro, empresa de meios de pagamentos do Uol, colocou o preço indicativo da ação em sua oferta inicial de ações ( IPO , na sigla em inglês) entre US$ 17,50 e US$ 20,5. A operação será feita na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse).
Serão 92,1 milhões de ações na oferta primária e outras 48,81 milhões de ações que pertencem hoje ao Uol.
Com isso, entre US$ 1,6 bilhão e US$ 1,8 bilhão irão para o caixa da empresa após a emissão, segundo documento protocolado na Securities and Exchange Comission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) dos Estados Unidos.
Do dinheiro obtido com a oferta primária a companhia destaca que deverá ser utilizado em "aquisições seletivas de negócios", tecnologias ou produtos complementares.
A PagSeguro destaca que poderá ainda usar parte dos recursos para financiar seu capital de giro ou para outro uso corporativo.A empresa teve lucro líquido de R$ 290 milhões nos primeiros nove meses de 2017.
Exterior
A PagSeguro é a quarta companhia brasileira em menos de um ano a escolher abrir seu capital na bolsa americana.
Em 2017, a Netshoes, também de tecnologia, optou em realizar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) fora do País.
Além dela, a Nexa Resources, ex-Votorantim Metais, escolheu a bolsa de Toronto, no Canadá, além da americana, para sua oferta.
A Azul acessou Nova York, mas nesse caso sua listagem não ocorreu só lá fora, mas também na bolsa brasileira. A Nyse conta hoje com a presença de 30 empresas brasileiras listadas.
Também em 2017, Loma Negra, da Camargo Correa, fez seu IPO na Bolsa da Argentina e de Nova York. Nesse caso, contudo, apesar de se tratar de um ativo pertencente a uma companhia brasileira, a empresa tem sede fora do Brasil, por isso, ficou de fora da conta.
"Na medida em que o mercado se abre, parte das empresas de tecnologia com interesse em se listar vão colocar em discussão entre abrir aqui ou fora, mas serão alguns casos específicos", afirma o sócio da área de mercado de capitais do escritório Mattos Filho, Jean Marcel Arakawa.
A explicação pelo interesse das empresas de tecnologia em abrir capital em Nova York deve-se ao fato de fundos de investimento destinados ao setor de tecnologia não terem mandato para analisarem uma oferta de ações no Brasil, por exemplo.
Além disso, por lá há empresas comparáveis e um mercado mais acostumado a investir nesse segmento, ao contrário do que ainda ocorre no mercado brasileiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.