Os 10 'ursos' que podem ameaçar o rali das bolsas, segundo a EXAME Gavekal
Otimismo toma conta do mercado neste início de ano, mas convém acompanhar os riscos que podem desencadear um movimento de queda nas ações
Da Redação
Publicado em 8 de janeiro de 2021 às 06h15.
Última atualização em 8 de janeiro de 2021 às 11h41.
2021 começa com a continuação do forte rali de ativos no mundo, que alguns analistas já chamam de "rali de tudo". Os mercados de ações estão com ativos em trajetória de alta desde o início de novembro. Em situações como essa, em que o otimismo toma conta do mercado, convém não perder a visão sobre os principais riscos que podem colocar esse cenário a perder. É o que avalia o mais novo relatório da EXAME Gavekal Research .
"É apropriado pensar sobre por que esse consenso de alta pode se mostrar incorreto", afirma Anatole Kaletsky, fundador e co-presidente daGavekal Research, uma das mais respeitadas consultorias independentes de análise macro e alocação global de ativos do mundo, em relatório divulgado por meio de sua parceria com a EXAME Research.
Kaletsky, que é também presidente do Institute for New Economic Thinking, conta que nos últimos anos, escreveu uma série de artigos chamados 'Os Dez Ursos', descrevendo dez desses riscos divididos em três grupos -- econômicos, políticos e financeiros -- e depois divididos novamente em três categorias:
- Riscos que são amplamente discutidos, mas podem ser quase desconsiderados (digamos, uma probabilidade de 10%);
- Riscos que definitivamente precisam de atenção (digamos, 40% ou mais de probabilidade);
- E uma categoria intermediária de riscos com os quais vale a pena se preocupar, mas improváveis (25% de probabilidade).
Veja a seguir 4 dos 10 riscos apontados por Kaletsky:
Riscos moderados, com 25% de probabilidade:
Crescimento global decepciona: "As expectativas de recuperação agora são altas o suficiente para justificar uma moderada preocupação sobre as decepções de crescimento, já que a segunda a terceira onda da Covid-19 terão devastado os dados econômicos e corporativos do primeiro trimestre", escreve Kaletsky.
EUA-China: guerra comercial, tecnológica, e 'choque de civilização': "É quase certo que a rivalidade econômica e geopolítica entre os EUA e a China continuará e se intensificará nas próximas décadas. Mas essa competição será menos agressiva e financeiramente perturbadora do que no período de Donald Trump."
Riscos elevados, com 40% de probabilidade:
A bolha de ações de tecnologia explode; China e ações verdes param: "Em algum momento deste ano, a bolha de tecnologia provavelmente estourará ou irá murchar. Se isso irá causar uma queda geral no mercado de ações dependerá em parte da persistência, ou não, de duas tendências de impulso diferentes -- as ações chinesas e as de tecnologia verde", afirma o fundador da Gavekal Research no relatório.
"Se o estouro da bolha de tecnologia também esvaziar a confiança em energia limpa e na China, uma queda no mercado de ações se tornará inevitável e poderá arrastar para baixo outros ativos", completa na análise.
Riscos baixos, com 10% de probabilidade:
Excesso de moedas: "Um risco mais sério é que o dólar caia acentuadamente, causando um aumento da inflação nos EUA, um aumento nos rendimentos dos títulos e talvez até um arrocho monetário do Federal Reserve. (...) Isso me parece muito improvável."
Quer saber mais dos quatro riscos acima para a continuidade da alta das bolsas globais e os demais seis da análise da EXAME Gavekal Research? Veja o relatório na íntegra .