Mercados

Oi se reestrutura na bolsa, promete dividendos, mas não convence

Banco elogia reestruturação e política de distribuição de lucros, mas ressalta os desafios

Loja da Oi (Divulgação)

Loja da Oi (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2012 às 15h15.

São Paulo – A recém-concluída reestruturação da Oi (OIBR3, OIBR4) foi positiva para facilitar a compreensão sobre a empresa, mas não acabou com uma série de desafios que a companhia tem pela frente.

Por conta das dúvidas que restam, o Bank of America Merrill Lynch iniciou a cobertura dos papéis com a recomendação “neutra”. O preço-alvo estimado para a ação OIBR4 é de 10,50 reais, próximo do fechamento de ontem, de 10,15 reais.

Desde sua estreia na bolsa, as ações OIBR3 caíram 0,17% e os papéis OIBR4 subiram 4,63%.

Em relatório enviado para clientes, o analista Mauricio Fernandes diz que a reestruturação e a política de dividendos anunciada pela empresa são fatores positivos, mas que acabam sendo anulados por outros pontos negativos, como a alta exposição ao negócio de telefonia fixa, que responde por 70% das vendas. Dados da Anatel divulgados na segunda-feira mostram que o crescimento dos celulares já está causando o declínio da telefonia fixa.

Como ponto negativo, o analista ressalta o alto endividamento. “Os esforços da Oi e sua alta dívida deverão manter o lucro e o fluxo livre de caixa da empresa baixos em 2012 e 2013, tornando os múltiplos não atrativos”, afirma Fernandes no relatório.

Por isso, a preferência no setor continua sendo para TIM e Vivo, que têm menos exposição ao setor de telefonia fixa e crescimento mais forte dos lucros.

Política de dividendos

A Oi divulgou na semana passada sua política de remuneração para os acionistas. A intenção é distribuir 8 bilhões de reais até 2015, sendo 2 bilhões de reais referentes a 2011.

Embora não avalie bem os fundamentos para a Oi, o analista do BofA acredita que a perspectiva de altos dividendos por vir ainda dará algum suporte para o papel. “Mesmo que a Oi distribua apenas metade dos dividendos anunciados por ano, já significa algo entre 6% e 7% de yield [percentual do investimento que retorna por ação]”, diz.

http://d1nfmblh2wz0fd.cloudfront.net/items/loaders/loader_1063.js?aoi=1311798366&pid=1063&zoneid=14729&cid=&rid=&ccid=&ip=

Acompanhe tudo sobre:3GAnálises fundamentalistasB3bolsas-de-valoresBrasil TelecomEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas portuguesasMercado financeiroOiOperadoras de celularServiçosTelecomunicaçõesTelemar

Mais de Mercados

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Empresa responsável por pane global de tecnologia perde R$ 65 bi e CEO pede "profundas desculpas"

Bolsa brasileira comunica que não foi afetada por apagão global de tecnologia

Ibovespa fecha perto da estabilidade após corte de gastos e apagão global

Mais na Exame