Oi não pagará dividendos em agosto
Isso confirma a previsão da Merrill Lynch, que no dia 15 de julho projetou que a relação da dívida líquida com o EBITDA deveria chegar a 3.2x
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2013 às 15h58.
Conforme esperado pelo mercado, a Oi ( OIBR4 ) não conseguiu cumprir a meta de manter a relação de dívida líquida com o EBITDA abaixo de 3x.
Em fato relevante ao mercado divulgado nesta quarta-feira, 24, a operadora afirmou que, diante dos dados levantados relativos ao segundo trimestre (encerrado em 30 de junho), a alavancagem da companhia ultrapassou o limite do índice previsto na política de remuneração aos acionistas divulgada em abril de 2012.
"Em vista disso, não foi observada essa condição, considerada essencial para a companhia, para se efetuar o pagamento dos dividendos aos acionistas no mês de agosto", explicou a Oi no comunicado.
Isso confirma a previsão da Merrill Lynch, que no dia 15 de julho projetou que a relação da dívida líquida com o EBITDA deveria chegar a 3.2x. No final de abril, o então diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Alex Zornig, esperava que a venda de ativos conseguisse deixar a relação abaixo dos 3x. Zornig deixou o cargo no final de junho.
Segundo o analista Pedro Galdi, da corretora SLW, não foi uma surpresa ao mercado. "A Oi tinha três pedras enormes no sapato: estava endividada, tinha a exigência de um investimento pesado, já que todo mês tem multa e é um setor com um dos maiores números de reclamações; e, ao mesmo tempo, tinham anunciado lá atrás, quando teve a reestruturação, que iriam pagar um dividendo maravilhoso", explica ele.
A questão, segundo ele, é que o mercado começou a perguntar como fecharia essa conta. As recentes medidas para diminuir a dívida também já vinham preparando o mercado, como a venda da unidade de cabos submarinos GlobeNet para o BTG Pactual YS por R$ 1,745 bilhão e do direito de uso de torres. "Era o que o mercado já estava trabalhando, tanto que não é um grande tombo (nas ações), já está no preço, saiu de R$ 8 e agora está entre R$ 3 e R$ 4", diz Gualdi.
Flutuação
As ações ON da companhia, que na abertura do pregão da BM&F Bovespa chegaram a registrar queda de 5,63%, no começo da tarde já registravam alta de 5,64%. Já os papéis preferenciais (PN) registraram alta de 4,55% após chegar a cair 5,68% na abertura. As ações já haviam começado a semana com forte alta, ainda em reação à venda de ativos. "Como caiu muito o preço do papel, sempre em algum momento isso acaba atraindo o comprador de curto prazo", explica Galdi.
Agora, investidores aguardam por uma redefinição das políticas, mas o futuro não é positivo. "O mercado não espera nada", brinca Galdi. "Agora ela tem de arrumar a casa e tem muito que investir. Na verdade, ela se livrou de apenas uma pedra no sapato", diz ele.
Na visão do analista, a situação da Oi é complicada pela dificuldade em manter o fluxo forte dos dividendos. "O que pode acontecer é eles revisarem a política. O máximo que vai acontecer é pagar apenas o que for determinado na legislação", diz ele. A operadora tem obrigação de distribuir 25% do lucro líquido ajustado, valor abaixo do que ela propunha na Política de Dividendos em vigor.
Mais venda de ativos
Mas a operadora continua a se movimentar. Para ajudar a gerar caixa, a Oi vendeu 50% das ações preferenciais da Rio Alto Gestão de Créditos e Participações, subsidiária integral da operadora, para o Santander. A Rio Alto é uma empresa em estágio "pré-operacional" que tem como principal atividade a gestão de carteira de direitos creditórios, além de participar em outras sociedades civis, comerciais ou fundos de investimento.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu sinal verde para a transação ao aprovar a compra sem restrições. No processo, divulgado também nesta quarta, 24, no Diário Oficial da União, o Cade julgou que, "ainda que a Rio Alto fosse operacional, não se identificaria sobreposição horizontal entre as atividades das requerentes, uma vez que a empresa do Grupo Santander não oferta tal serviço ao mercado, mas somente ao seu próprio grupo".
Conforme esperado pelo mercado, a Oi ( OIBR4 ) não conseguiu cumprir a meta de manter a relação de dívida líquida com o EBITDA abaixo de 3x.
Em fato relevante ao mercado divulgado nesta quarta-feira, 24, a operadora afirmou que, diante dos dados levantados relativos ao segundo trimestre (encerrado em 30 de junho), a alavancagem da companhia ultrapassou o limite do índice previsto na política de remuneração aos acionistas divulgada em abril de 2012.
"Em vista disso, não foi observada essa condição, considerada essencial para a companhia, para se efetuar o pagamento dos dividendos aos acionistas no mês de agosto", explicou a Oi no comunicado.
Isso confirma a previsão da Merrill Lynch, que no dia 15 de julho projetou que a relação da dívida líquida com o EBITDA deveria chegar a 3.2x. No final de abril, o então diretor financeiro e de relações com investidores da empresa, Alex Zornig, esperava que a venda de ativos conseguisse deixar a relação abaixo dos 3x. Zornig deixou o cargo no final de junho.
Segundo o analista Pedro Galdi, da corretora SLW, não foi uma surpresa ao mercado. "A Oi tinha três pedras enormes no sapato: estava endividada, tinha a exigência de um investimento pesado, já que todo mês tem multa e é um setor com um dos maiores números de reclamações; e, ao mesmo tempo, tinham anunciado lá atrás, quando teve a reestruturação, que iriam pagar um dividendo maravilhoso", explica ele.
A questão, segundo ele, é que o mercado começou a perguntar como fecharia essa conta. As recentes medidas para diminuir a dívida também já vinham preparando o mercado, como a venda da unidade de cabos submarinos GlobeNet para o BTG Pactual YS por R$ 1,745 bilhão e do direito de uso de torres. "Era o que o mercado já estava trabalhando, tanto que não é um grande tombo (nas ações), já está no preço, saiu de R$ 8 e agora está entre R$ 3 e R$ 4", diz Gualdi.
Flutuação
As ações ON da companhia, que na abertura do pregão da BM&F Bovespa chegaram a registrar queda de 5,63%, no começo da tarde já registravam alta de 5,64%. Já os papéis preferenciais (PN) registraram alta de 4,55% após chegar a cair 5,68% na abertura. As ações já haviam começado a semana com forte alta, ainda em reação à venda de ativos. "Como caiu muito o preço do papel, sempre em algum momento isso acaba atraindo o comprador de curto prazo", explica Galdi.
Agora, investidores aguardam por uma redefinição das políticas, mas o futuro não é positivo. "O mercado não espera nada", brinca Galdi. "Agora ela tem de arrumar a casa e tem muito que investir. Na verdade, ela se livrou de apenas uma pedra no sapato", diz ele.
Na visão do analista, a situação da Oi é complicada pela dificuldade em manter o fluxo forte dos dividendos. "O que pode acontecer é eles revisarem a política. O máximo que vai acontecer é pagar apenas o que for determinado na legislação", diz ele. A operadora tem obrigação de distribuir 25% do lucro líquido ajustado, valor abaixo do que ela propunha na Política de Dividendos em vigor.
Mais venda de ativos
Mas a operadora continua a se movimentar. Para ajudar a gerar caixa, a Oi vendeu 50% das ações preferenciais da Rio Alto Gestão de Créditos e Participações, subsidiária integral da operadora, para o Santander. A Rio Alto é uma empresa em estágio "pré-operacional" que tem como principal atividade a gestão de carteira de direitos creditórios, além de participar em outras sociedades civis, comerciais ou fundos de investimento.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) deu sinal verde para a transação ao aprovar a compra sem restrições. No processo, divulgado também nesta quarta, 24, no Diário Oficial da União, o Cade julgou que, "ainda que a Rio Alto fosse operacional, não se identificaria sobreposição horizontal entre as atividades das requerentes, uma vez que a empresa do Grupo Santander não oferta tal serviço ao mercado, mas somente ao seu próprio grupo".