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OGX recupera 24% na bolsa com visão de que mercado exagerou

Ações voltaram a subir após uma forte queda de 40% em apenas dois dias

Para S&P, ratings não serão afetados

Para S&P, ratings não serão afetados

DR

Da Redação

Publicado em 2 de julho de 2012 às 18h11.

São Paulo – As ações da OGX (OGXP3) se recuperam na bolsa e já acumulam uma valorização de 24,7% desde a sexta-feira, quando subiram 8,9%. Os papéis despencaram 41% na semana passada após o mercado receber mal o detalhamento sobre a vazão de dois poços no Campo de Tubarão Azul, na Bacia de Campos. Na máxima desta segunda-feira, os ativos atingiram a máxima de 16,7%, a maior alta do Ibovespa.

Parte do mercado acredita que a reação do mercado com a petroleira do empresário Eike Batista na semana passada tenha sido demasiada. Um levantamento com cinco instituições mostra que, mesmo após alguns rebaixamentos, os preços-alvos projetados para os papéis vão de 16 reais até 7,30 reais. A média dos preços indica 11,62 reais, um potencial de valorização de 81% sobre o maior preço alcançado hoje, de 6,42 reais.

Análises

A corretora Planner manteve as ações da empresa em sua carteira recomendada para julho, mas reduziu a participação de 8% para 5%. Segundo os analistas, a ação deve recuperar parte das perdas durante o mês. “No entanto, a redução desta posição visa, principalmente, diminuir a volatilidade da carteira”, explica a corretora.

A agência de classificação de risco Standard and Poor’s disse hoje que a notícia não deve afetar a nota de crédito da petroleira. “Os ratings da OGX já incorporam a fase pré-operacional, o risco de execução do projeto e as resultantes incertezas com relação à sua capacidade de atingir o nível de produção esperado nos próximos dois anos”, afirmam os analistas.

A S&P assume em sua análise uma produção de pelo menos 40 mil barris equivalentes de óleo por dia em 2013 e ressalta que a empresa não tem qualquer vencimento significativo de dívidas até 2018, quando vence o título de 2,6 bilhões de dólares. Em 31 de março de 2012, a OGX dispunha de 3,6 bilhões de dólares em caixa. A agência ressalta, contudo, que qualquer atraso adicional no desenvolvimento da produção que afete a geração de caixa da empresa poderá pressionar os ratings.

Histórico

Após cinco meses de testes, a petroleira concluiu que a área tem uma capacidade de vazão ideal de 5 mil barris de óleo equivalente por dia por poço para os dois primeiros poços em estágio inicial. Conforme apontaram os analistas do Bank of America Merrill Lynch em relatório, a projeção inicial era de algo em torno de 15 mil a 20 mil barris por dia. 


A empresa convocou uma teleconferência para explicar a situação, mas não convenceu o mercado na ocasião. "O único risco que eu nunca tomei é o risco financeiro de não ser capaz de executar meus projetos”, disse Eike.

Extrapolação

“O equívoco dessa extrapolação reside no fato de que (...) a vazão divulgada não considera o fraturamento químico hidráulico e a injeção de água no reservatório, técnicas largamente utilizadas na indústria do petróleo para aumentar a produtividade e que a Companhia pretende utilizar no campo de Tubarão Azul”, mostra o documento assinado por Roberto Bernardes Monteiro, diretor de relações com investidores da OGX.

Segundo ele, antes de aplicar essas técnicas não há como precisar o volume de produção por poço em reservatórios do tipo. Além disso, afirma a nota, a empresa já está iniciando o desenvolvimento do campo de Tubarão Martelo e os dados do seu reservatório, obtidos até o momento, sinalizam para produtividades superiores a vazão informada, mesmo sem o emprego das técnicas referidas.

Troca no comando

Eike Batista indicou na semana passada o diretor presidente da OSX (OSXP3), Luiz Eduardo Guimarães Carneiro, para ocupar a presidência da OGX no lugar de Paulo Mendonça, que irá assumir a presidência do Conselho de Administração da EBX.

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