Mercados

Oferta melhor da Telefónica por Vivo eleva ações da Portugal Tel

Madri e Lisboa - A oferta da Telefónica de 6,5 bilhões de euros pela participação na Vivo detida pela Portugal Telecom foi bem recebida pelo mercado e as ações da operadora portuguesa avançavam nesta quarta-feira com a expectativa de que um acordo seja mais provável após a melhora na proposta. Depois de ter rejeitado a […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2010 às 08h32.

Madri e Lisboa - A oferta da Telefónica de 6,5 bilhões de euros pela participação na Vivo detida pela Portugal Telecom foi bem recebida pelo mercado e as ações da operadora portuguesa avançavam nesta quarta-feira com a expectativa de que um acordo seja mais provável após a melhora na proposta.

Depois de ter rejeitado a oferta anterior de 5,7 bilhões de euros, o conselho da Portugal Telecom informou no final da terça-feira que vai permitir aos acionistas decidirem sobre o aumento de 14 por cento no valor pela participação da empresa na Vivo.

Adicionando o que a Telefónica terá de pagar aos acionistas minoritários da Vivo, a operação deve custar 7,2 bilhões de euros.

Às 7h58 (horário de Brasília), as ações da Portugal Telecom exibiam alta de 2,15 por cento depois de terem disparado mais de 6 por cento mais cedo, enquanto as ações da Telefónica perdiam 1,6 por cento, em linha com o declínio do setor de telecomunicações europeu.

Apesar de analistas afirmarem que um acordo é mais provável assim que o assunto for colocado em votação pelos acionistas da Portugal Telecom, alguns sustentam que a Telefónica pode ter mais trabalho para conseguir o controle da Vivo, atualmente controlada pelas rivais ibéricas.

"As chances de uma transação melhoraram, mas o preço pode melhorar até a reunião dos acionistas da Portugal Telecom. Não excluímos que a Telefónica se movimente para mais próximo daquilo que estimamos ser o valor da participação na Vivo para a Telefónica, que é de 7,5 bilhões de euros", disse Georgios Ierodiaconou, analista do ING.

Analistas disseram que a decisão do conselho da Portugal Telecom de não fazer recomendação sobre a última oferta é uma tática de negociação para conseguir um pouco mais. A Portugal Telecom informou que vai continuar a negociar com a Telefónica até a realização da assembleia geral, que ainda não tem data marcada.

O objetivo da Telefónica é unir a Vivo às suas operações de telefonia fixa no Brasil, Telesp, mantendo seu poder competitivo no país em um momento em que o mercado brasileiro de telecomunicações ainda cresce, enquanto o europeu atingiu a maturação.

Enquanto a maior parte dos analistas calcula entre 2 e 3 bilhões de euros as sinergias de uma fusão das operações brasileiras da Telefónica, um analista de Madri chegou a definir o valor como sendo de 4 bilhões de euros em termos de receitas operacionais, custos e investimentos.

A oferta da Telefónica deixou para a Portugal Telecom decidir se vende imediatamente ou nos próximos três anos a participação de 50 por cento que a empresa detém na Brasilcel, que controla a Vivo com uma fatia de 60 por cento.

"Esta oferta deixa a Portugal Telecom em uma posição de caixa líquido (em um momento em que o rating da empresa recentemente foi colocado sob observação negativa pela S&P), liberando a empresa para buscar novos alvos de aquisições, notadamente na África e no Brasil, para revitalizar seu crescimento e diversificar fontes de receitas", disse a Oddo Securities, em nota.

A oferta também permite à Portugal Telecom ou a um terceiro autorizado pela empresa comprar a participação de 10 por cento que a Telefónica mantém na companhia portuguesa. Isso encerraria o que frequentemente tem gerado disputas entre as empresas e deixa a porta aberta para a entrada de outro sócio estratégico na Portugal Telecom.

Alguns analistas afirmam que a Portugal Telecom vai provavelmente tentar manter presença no Brasil, apontando para a possibilidade da Portugal Telecom comprar participação na Oi, quarto maior grupo de telefonia celular do país.

A Telefónica promove um encontro com acionistas em Madri nesta quarta-feira.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas abertasEmpresas espanholasServiçosEuropaPiigsVivo3GTelecomunicaçõesOperadoras de celularAçõesTelefônicaPortugal

Mais de Mercados

Compra de material escolar vira um 'inferno' na Amazon dos EUA

Sem café? Greve de funcionários da Starbucks em Nova York completa três semanas

Jovens na Coreia do Sul abandonam sonho da casa própria para investir em ações

Metaverso dá prejuízo bilionário à Meta, que estuda cortes no setor