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O que o HSBC espera para 7 ações do setor imobiliário

Analista revisou as estimativas para PDG, Gafisa, Rossi, MRV, Cyrela, LPS Brasil e BR Brokers

Banco prefere as ações das corretoras de imóveis aos papéis das construtoras (Germano Luders)

Banco prefere as ações das corretoras de imóveis aos papéis das construtoras (Germano Luders)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 07h42.

São Paulo – O HSBC revisou as estimativas para 7 ações de empresas do setor imobiliário na Bovespa e o cenário pintado não é bonito. O setor enfrenta problemas estruturais e teve que pisar no freio e adiar novos lançamentos. Em 12 meses, o índice IMOB – que acompanha o setor – acumula uma desvalorização de 17%, enquanto o Ibovespa – principal índice da bolsa brasileira – cai 15%.

“As empresas passam por um momento negativo, e vemos poucas perspectivas de que os investidores queiram pagar antecipadamente por promessas de uma mudança na situação, que deixaram de se concretizar no passado”, destaca o analista Felipe Rodrigues, em relatório. “Elas responderam com reduções acentuadas nos lançamentos de projetos e instituindo medidas para ‘arrumar a casa’”, diz.

Ainda assim, Rodrigues afirma que mantém a opinião pessimista sobre o setor no curto prazo e que, apesar dos múltiplos baixos das empresas, uma elevação nas indicações para as ações tem que estar sincronizada a sinais mais claros de melhoria na execução dos projetos. Apenas a LPS Brasil e a BR Brokers, que atuam na intermediação das vendas, possuem recomendação equivalente a compra das ações.

“Continuamos a gostar da história das corretoras de imóveis (imobiliárias), apesar de ajustarmos nossas estimativas de crescimento no mercado secundário para níveis mais conservadores. Nossa opinião positiva sobre o segmento continua a se apoiar nos retornos de dois dígitos do fluxo de caixa livre da BR Brokers e da LPS”, ressalta. Confira a seguir as estimativas do HSBC para as empresas.

PDG (PDGR3)

O HSBC explica que tem uma visão negativa em relação a uma proposta enviada pela Vinci Partners que visa capitalizar a empresa em 800 milhões de reais por meio de um bônus de subscrição. A proposta será votada em assembleia geral extraordinária marcada para julho.


“Já não temos expectativa de geração de caixa na PDG em 2012, e esperamos a continuidade dos resultados negativos no segundo trimestre”, ressalta. O preço-alvo foi reduzido drasticamente de 14 reais para 4 reais. A recomendação caiu de overweight (alocação acima da média) para neutra.

Gafisa (GFSA3)

O banco explica que a empresa ainda precisa mostrar sinais mais claros de recuperação. “Entendemos que a Gafisa está tomando as medidas necessárias para garantir que a empresa atinja níveis de lucratividade superiores aos dos últimos anos. Contudo, ainda consideramos que sua alta alavancagem ainda é um obstáculo a esse objetivo”, explica Rodrigues.

Segundo ele, parece ser improvável uma recuperação na subsidiária Tenda, voltada para a baixa renda Tenda. A classificação neutra aos papéis foi reiterada, mas o preço-alvo foi tesourado de 10 reais para 3,50 reais. O valor sugere um potencial de valorização de 42%.

Rossi (RSID3)

O analista explica que os resultados recentes da Rossi foram beneficiados pelo ajuste nas operações por meio da venda de terrenos. “Excluindo esses efeitos, a margem líquida seria consideravelmente inferior”, constata. Para ele, apesar das iniciativas da empresa para conter as despesas, ainda existem riscos para a queda na margem bruta.

O preço-alvo foi reduzido de 17 reais para 6 reais. A recomendação continua em neutra. O valor estimado pelo HSBC está 28% acima do preço visto no fechamento da quinta-feira.

MRV (MRVE3)

Rodrigues afirma que depois de um primeiro trimestre decepcionante, a expectativa é de que a empresa reduza a própria estimativa (guidance) para a margem Ebitda (relação entre geração operacional de caixa e receita líquida) de 2012. O preço-alvo foi reduzido de 16 reais para 10 reais. A recomendação neutra foi mantida.

Cyrela (CYRE3)

O HSBC ressalta que a ação da Cyrela teve um desempenho acima da média dos pares em 2011 com um plano para realizar a construção dos empreendimentos por conta própria e reduzir o número de suas parcerias.


“Entretanto, a empresa ainda não está gerando retornos coerentes a seus níveis anteriores, e acreditamos não haver razão para pagar com antecedência pelos esforços de recuperação”, diz Rodrigues. O preço-alvo caiu de 20 reais para 18 reais. A classificação neutra foi mantida.

Lopes Brasil (LPSB3)

Ao contrário das construtoras, o HSBC elevou a recomendação para os papéis da Lopes Brasil de neutra para overweight. O preço-alvo, contudo, foi revisado de 47 reais para 45 reais. “Aumentamos nossa estimativa para a participação da empresa no mercado secundário, com base nos números positivos recentes da Credipronto”, explica Rodrigues.

Apesar disso, a estimativa para geração operacional de caixa foi reduzida por conta de um cenário de alta nos custos, decorrente da integração das empresas adquiridas. “Também somos um pouco mais conservadores em nossa projeção de despesas gerais e administrativas do que o consenso”, afirma.

Brasil Brokers (BBRK3)

O banco diminuiu a estimativa para o preço-alvo em 12 meses das ações da BR Brokers de 12 reais para 9 reais para refletir o ajuste para o crescimento mais lento das receitas e a menor participação no mercado secundário, implicando queda nas tarifas de crédito imobiliário, projeta Rodrigues.

“Mesmo depois de ajustarmos para um cenário mais difícil, ainda consideramos a empresa como nossa aposta preferida dentre as imobiliárias”, ressalta. A recomendação de alocação acima da média foi reiterada.

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