Mercados

O novo voo do Bitcoin

A moeda virtual bitcoin, dada como morta há pouco tempo, voltou com tudo. Nesta quarta-feira, atingiu a mais alta cotação histórica, segundo a agência Bloomberg: um único bitcoin chegou a valer 1.140,64 dólares, ante a marca de 1.137 alcançada em novembro de 2013. Em reais, o valor é 3.904,25, segundo o site de auditoria Bitvalor. O […]

 (Thomas Trutschel/Getty Images)

(Thomas Trutschel/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de janeiro de 2017 às 05h53.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h35.

A moeda virtual bitcoin, dada como morta há pouco tempo, voltou com tudo. Nesta quarta-feira, atingiu a mais alta cotação histórica, segundo a agência Bloomberg: um único bitcoin chegou a valer 1.140,64 dólares, ante a marca de 1.137 alcançada em novembro de 2013. Em reais, o valor é 3.904,25, segundo o site de auditoria Bitvalor.

O grande responsável pelo crescimento é a China. Segundo especialistas em bitcoin, chineses ricos descobriram que usar o bitcoin é uma boa maneira de escapar do controle estrito do governo sobre as remessas de dinheiro, tornando mais fácil as entradas e saídas de capital do país — só é permitido que cada chinês viaje com 50.000 dólares por ano. Segundo João Canhada, sócio fundador da corretora Foxbit, a China corresponde a 93% do volume de Bitcoin negociado no mundo. 

Para ele, há uma diferença substancial entre a alta de 2013 e a de 2016: mudança de público. Em 2013, quem utilizava a moeda eram pessoas interessadas no anonimato e no mercado negro. Com a prisão de Ross Ulbricht, idealizador do site de venda de drogas Silk Road, o anonimato da moeda se mostrou mais frágil. De lá pra cá, os investidores passaram a ser de executivos e traders, tornando o bitcoin uma moeda de reserva e de valor.

Hoje, moradores de países como Venezuela, onde a inflação corroeu o poder de compra dos cidadãos, e Índia, onde o governo retirou notas mais altas de circulação, têm sido grandes interessados na moeda virtual, com o objetivo em manter a poupança intacta e reduzir as perdas diante de políticas monetárias desastrosas.

A própria estrutura da moeda, deflacionária, que torna mais difícil conseguir um bitcoin novo pela mineração, também corrobora para o aumento do preço. Mas Canhada avisa que o momento que o novo voo do Bitcoin pode ter vida curta. “Há uma forte possibilidade de correção. Só projetávamos esse valor para daqui a dois ou três meses”, afirma.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais de Mercados

"Não faz sentido correr risco com esse nível de juros", diz maior fundo de pensão do Nordeste

Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

"Se tentar prever a direção do mercado, vai errar mais do que acertar", diz Bahia Asset

"O dólar é o grande quebra-cabeça das políticas de Trump", diz Luis Otavio Leal, da G5 Partners

Mais na Exame