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Novas bolsas incentivariam a alta frequência no Brasil, diz especialista

Alice Botis, da Fidessa, aposta no potencial da modalidade no país, mas faz um alerta sobre o desenvolvimento das tecnologias

Investidor (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 06h00.

São Paulo – A alta frequência tem muito espaço para se desenvolver no Brasil e criar liquidez e a consequente melhor precificação dos ativos, o que é positivo para o mercado. Essa é a opinião de Alice Botis, diretora de desenvolvimento para a América Latina da Fidessa, empresa de tecnologias para o mercado financeiro que abriu escritório no Brasil em novembro de 2011.

Alice explica que a abertura de uma nova bolsa poderia impulsionar o crescimento da modalidade por aqui. De olho nesse potencial, duas empresas estudam a entrada no mercado, a Bats e a Direct Edge, o que poderia aumentar a competição e, segundo Alice, contribuir para o crescimento da alta frequência. A Bats, inclusive, é especialista no segmento dentro dos mercados que opera.

Incipiente

Em 2011, os negócios de alta frequência na BM&FBovespa responderam por apenas 6% do total, leve aumento em relação a 2010, quando corresponderam a 4,8%. Nos Estados Unidos, um mercado onde a concorrência é incentivada e conta com mais de uma bolsa de valores, a modalidade responde por mais da metade das operações com ações.

Ou seja, a competição poderia até aumentar as receitas da BM&FBovespa. A bolsa tem buscado incentivar a atuação dos fundos que realizam essas operações por meio de descontos nas taxas.

A alta frequência é uma modalidade utilizada por investidores profissionais que, por meio de sofisticadas tecnologias, fazem diversas de operações por segundo, a partir de pequenas distorções nos preços de ativos entre diferentes contratos ou ações entre bolsas. No Brasil, por exemplo, um negócio bastante popular é operar a diferença de preços entre os minicontratos do Ibovespa futuro e o contrato normal.


“Mas essa oportunidade não é exclusiva do Brasil”, afirma Alice. Para ela, além do país, o mercado do Chile e do México são outros candidatos com boas condições de desenvolvimento de alta tecnologia na América Latina.

Desafios

Embora tenha condições de impulsionar as negociações eletrônicas no Brasil para um novo patamar, há um risco para o lado das gestoras, corretoras e bancos. “Muitas companhias interessadas em desenvolver a alta frequência têm investido muito em tecnologia. É preciso saber se a atividade vai cobrir esses custos”, alerta.

Desenvolver esse segmento seria um novo passo para o crescimento do mercado no Brasil, mas a regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pode estar freando o avanço dessa tecnologia. “É apenas um controle para evitar erros que acontecem em outros pontos do globo”, ameniza Alice.
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