"O mercado acionário nacional continua associado ao risco, mas estaria tornando-se mais defensivo em relação aos mercados globais", diz o Deutsche Bank (.)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2010 às 19h27.
São Paulo - O Brasil avança, um passo por vez, rumo à próximidade dos níveis de risco dos mercados maduros. A conclusão é de estudo do Deutsche Bank, instituição financeira alemã, que destaca os níveis cada vez menores dos indicadores recentes de volatilidade no mercado nacional.
Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira (19), os atuais baixos índices de risco surpreendem também para um período pré-eleições, característico por rumores e boatos que agitam o comportamento dos ativos. "O mercado acionário nacional continua associado ao risco, mas estaria tornando-se mais defensivo em relação aos mercados globais", dizem os analistas Frederick Searby e Francisco Schumacher, que assinam o estudo.
A queda da volatilidade em face aos mercados externos (beta) é apontada como efeito da crença na capacidade de rápida recuperação da economia nacional, e na sua posição privilegiada em relação à escalada da crise de crédito na Zona do Euro. "O mercado não está totalmente descolado do resto do mundo, mas emplaca posições melhores em alguns momentos", escrevem os analistas.
É do Brasil, também, a maior amplitude na diminuição do risco interno em toda a América Latina, apesar da estabilidade geral da região e do crescimento econômico de países como Peru e México. "América Latina e o Brasil estão negociando cada vez menos ofensivamente em relação aos mercados desenvolvidos", dizem os analistas.
Entre os setores privilegiados por esse ambiente favorável, o banco alemão destaca os negócios de consumo, finanças e telecomunicações. A atual posição brasileira de país credor e o baixo déficit orçamental interno posiciona a economia estrategicamente à frente das nações atingidas pela crise de crédito europeu, diz o banco, que apenas ressalva possíveis futuros problemas gerados pela exposição em nível mundial às variações das commodities e uma improvável crise gerada pelas eleições de outubro.