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Neoenergia deve precificar seu IPO acima de R$ 15 por ação

Abertura de capital da segunda maior elétrica do país está prevista para a próxima segunda-feira (1).

Neoenergia: sócios controladores venderão participação na elétrica. (Bruno Vincent/Getty Images)

Neoenergia: sócios controladores venderão participação na elétrica. (Bruno Vincent/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 26 de junho de 2019 às 18h49.

Última atualização em 26 de junho de 2019 às 19h15.

Apesar no número inexpressivo de IPOs em 2019, o apetite dos investidores por ofertas de ações parece estar ganhando força. A elétrica Neoenergia, a segunda maior do setor, deve ter sua abertura de capital na B3 precificada acima da média da faixa indicativa, em torno de R$ 15 por ação, estimam analistas. 

Se as previsões se confirmarem, a ação ficará na metade superior do intervalo entre R$ 14,42 e R$ 16,89, indicando que os papéis devem ter forte demanda. O interesse dos investidores pelo IPO superou a oferta em 5 vezes, segundo informação publicada mais cedo pela coluna do Broadcast.

Estima-se que a elétrica poderá movimentar até cerca de R$ 3,5 bilhões com a venda do lote secundário de 208 milhões de ações – sem considerar a possível venda de lotes adicionais que podem ampliar este valor.

A precificação deve ser fechada nesta quinta-feira (27). Já a abertura de capital, a segunda do ano na B3, está prevista para a próxima segunda-feira (1), sob o código NEOE3.

O interesse dos investidores nas ações da elétrica reflete um otimismo generalizado com empresas do setor, mais do que com a própria companhia, que ainda precisa provar seu valor. Essa é a visão de Eduardo Guimarães, analista da consultoria de investimentos Levante.  “Claramente, a Neoenergia não é o melhor ativo do setor elétrico, mas é a segunda maior elétrica do país e os investidores veem o setor com bons olhos” afirma Guimarães.

Apesar dos fortes pedidos de reserva, analistas recomendam a compra das ações por no máximo R$ 15, a média da faixa indicativa. “Olhando para o longo prazo, achamos que este preço tem um potencial de valorização que compensa o risco”, diz Guimarães. 

Em relatório, analistas da Suno Research recomendaram a compra no preço máximo de R$ 15,65, apontando que a companhia vem apresentando
expansão nos resultados, recuperação de rentabilidade e métricas operacionais. Segundo eles, isso é fruto da otimização de investimentos,
revisões de tarifas e controle de custos.

Controlada pelo grupo espanhol Iberdrola, a empresa está entre as maiores distribuidoras de energia em território nacional e também na América Latina, tanto em número de clientes quanto em energia distribuída.

Tentativa frustrada de IPO em 2017

Avaliada hoje em R$ 18,4 bilhões, a Neoenergia já havia tentado estrear na Bolsa em 2017, mas a precificação dos papéis na época não foi suficiente para convencer os acionistas de que a operação valia à pena.

No novo pedido de abertura de capital, a empresa tem ambição de ingressar noNovo Mercado da B3, o segmento mais alto de governança corporativa.

No processo, os controladores da companhia pretendem vender a participação. A Iberdrola venderá 29,7 milhões de ações mas permanecerá como controladora; o BB Investimentos vai se desfazer de 113,4 milhões de papéis e sairá do negócio. Já o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) venderá 64,9 milhões de títulos, reduzindo sua fatia de 38,21% para 32,86%.

Segundo IPO do ano

A abertura de capital da Neoenergia será o segundo IPO de 2019, depois da Centauro, que abriu capital em abril.

Em junho, foi grande a movimentação de ofertas secundárias de ações (follow ons), como a venda das ações detidas pela Caixa Econômica na Petrobras, que movimento R$ 7,3 bilhões na véspera e teve uma demanda bem superior à oferta.

Esta semana também houve a oferta secundária da empresa de tecnologia Linx, que movimentou cerca de R$ 1,2 bilhão no Brasil e no exterior.

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