Natura &Co: Fábio Barbosa assume presidência do grupo
Mudança ocorre após papéis da companhia desabarem 77% em menos de um ano, com perda de valor de mercado na casa de R$ 60 bilhões
Guilherme Guilherme
Publicado em 15 de junho de 2022 às 09h37.
Última atualização em 15 de junho de 2022 às 10h43.
Fábio Barbosa, atual presidente do Comitê de Pessoas da Natura &Co (NTCO3), assumirá o comando do grupo no lugar de Roberto Marques, CEO e presidente-executivo do Conselho. Marques deixará os cargos para se aposentar no fim deste ano, mas permanecerá como membro do Conselho para auxiliar na transição. O anúncio foi realizado pela companhia nesta quarta-feira, 15.
A reorganização, segundo a Natura, está alinhada com a estratégia de formar uma nova estrutura corporativa "mais simples" da holding. A empresa informou que as funções de "líder de Crescimento Sustentável" e "líder de Transformação" deixarão de existir e serão reavaliadas pela nova gestão.
"Estamos anunciando um marco importante ao trazer nova energia às quatro unidades de negócio [Natura, Avon, The Body Shop e Aesop]. Elas serão apoiadas por uma nova e leve estrutura corporativa, que será implementada nos próximos meses", disse Fábio Barbosa em fato relevante divulgado pela companhia.
Momento desafiador
A Natura tem passado por uma crise de confiança no mercado desde o segundo semestre de 2021 diante de resultados trimestrais mais fracos. Desde julho, quando as ações da companhia bateram máxima histórica de 61 reais, os papéis já se desvalorizaram 77%, com o valor de mercado caindo de cerca de R$ 83 bilhões para R$ 19,32 bilhões.
Parte das preocupações sobre o desempenho da companhia se intensificaram neste ano, com piora do cenário macroeconômico no exterior e a guerra na Ucrânia, que prejudicou as vendas da empresa no Leste Europeu. As ações da Natura acumulam 45% de queda em 2022.
A Natura &Co registrou R$ 643,1 milhões de prejuízo no primeiro trimestre, 314% acima do registrado no mesmo período do ano passado. A companhia também revisou o guidance de crescimento para baixo, justificada pela expectativa de menor demanda e maior gasto operacional.
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