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“Não sabemos o que o mercado ainda espera de nós”, diz CFO do Banco do Brasil

Em evento com investidores, Tobias reforçou mensagem de sustentabilidade dos resultados da estatal

Felipe Prince, CRO do Banco do Brasil (à esquerda) e Geovanne Tobias, CFO (à direita): diretores reforçam sustentabilidade dos resultados do banco (Laila Goulart/ BB/Divulgação)
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 29 de fevereiro de 2024 às 14h08.

A principal mensagem que o Banco do Brasil (BBAS3) tenta passar ao mercado é de que as ações da empresa não deveriam ser negociadas com desconto apenas por se tratar de uma estatal.

No último trimestre o BB apresentou o melhor resultado do setor bancário, com lucro líquido de R$ 9,4 bilhões e rentabilidade de 21,6% – acima dos principais players privados. Ainda assim, o papel ainda fica para trás na bolsa.

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Enquanto os concorrentes são negociados com um valor de mercado na casa de 11 vezes no indicador preço/lucro (P/L), o BB é negociado a 4,7 vezes nos cálculos do banco.

“Não sabemos o que o mercado ainda espera de nós. Fechamos o gap de rentabilidade em relação aos pares, temos uma estrutura de governança entre as mais robustas do mercado e somos o único banco listado no Novo Mercado”, defendeu Geovanne Tobias, vice-presidente de gestão financeira do BB.

O Banco do Brasil também aumentou o payout(percentual de distribuição em relação ao lucro) de 40% para 45%, elevando o retorno para os acionistas. O banco irá pagar R$ 2,38 bilhões emproventos.

“Oferecemos um nível de transparência e detalhamento de informações incomparável com os outros bancos e mesmo assim o mercado fica pé atrás com a gente”, completou.

As declarações foram dadas durante o BB Day, evento anual do banco com investidores. Tobias reforçou a postura adotada após a divulgação dos últimos resultados da estatal, quando já havia provocado a falta de reação de analistas e investidores aos números do BB.

Bancos vs fintechs

Outro recado dado veio no âmbito regulatório, que, segundo o BB, favorece as fintechs. Felipe Prince, vice-presidente de controles internos e gestão de riscos do banco, afirmou que há uma disparidade regulatória entre os bancões e as novatas do mercado financeiro.

“Os bancos incumbentes tiveram que lidar com arcabouço de 18 resoluções que agrediram e transformaram o nosso negócio. Por outro lado, são apenas 2 resoluções que regulam os novos entrantes”, avaliou.

Segundo Prince, há uma assimetria de competição. “Quem perde é o cliente, uma vez que essa assimetria traz disparidade para o sistema”, disse.

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