Mercados

Na Europa, bolsas encerram pregão com perdas

Acabou pesando o resultado da produção industrial norte-americana, que apresentou uma queda inesperada de 0,1% em janeiro ante o mês anterior


	Bolsa de Londres: em Londres, o índice FTSE fechou próximo da estabilidade, com ganho de 0,01%, a 6.328,26 pontos.
 (REUTERS/Paul Hackett)

Bolsa de Londres: em Londres, o índice FTSE fechou próximo da estabilidade, com ganho de 0,01%, a 6.328,26 pontos. (REUTERS/Paul Hackett)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 14h55.

As bolsas europeias fecharam em queda nesta sexta-feira, após uma sessão volátil. Os índices abriram a sessão em baixa, reverteram as perdas em seguida e, no fim da sessão, voltaram para o território negativo. O recuo na produção industrial dos Estados Unidos em janeiro afetou os ganhos conquistados durante a sessão com o superávit comercial da zona do euro em dezembro e outros dados positivos norte-americanos. A expectativa pelo resultado da reunião do G-20 também pesou sobre as bolsas. O índice pan-europeu Stoxx 600 perdeu 0,15%, fechando a 287,34 pontos, exatamente como na última sexta-feira.

O dia começou positivo com o superávit comercial da zona do euro em dezembro, que somou 11,7 bilhões de euros e foi o maior para o mês desde 1999. O número, no entanto, ficou abaixo do superávit de 13,5 bilhões de euros previsto por economistas. Já no Reino Unido, as vendas no varejo caíram mais do que o esperado em janeiro, afetadas pelas pesadas nevascas, segundo o Escritório para Estatísticas nacionais (ONS, na sigla em inglês). Na comparação com dezembro, as vendas no varejo diminuíram 0,6% - o maior declínio mensal desde abril de 2012. Em relação a janeiro do ano passado, as vendas recuaram 0,6%.

Nos Estados Unidos, agradaram o índice de atividade industrial regional Empire State, que avançou bem mais do que o esperado em fevereiro e sinalizou a retomada da expansão manufatureira, após seis meses de contração. Também animou os investidores o índice de sentimento do consumidor dos EUA, medido pela Reuters/Universidade de Michigan, que ficou em 76,3 na leitura preliminar de fevereiro, ante 73,8 no resultado final de janeiro. O dado veio acima da leitura de 75,0 esperada por analistas.

Por outro lado, acabou pesando o resultado da produção industrial norte-americana, que apresentou uma queda inesperada de 0,1% em janeiro ante o mês anterior, contrariando uma previsão de alta de 0,2%.


Um dia após a rodada de dados frustrantes sobre o desempenho da economia europeia, o foco dos investidores passou hoje para a reunião do G-20, na Rússia, onde as maiores economias do mundo discutem especialmente a chamada guerra cambial. Para a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, o acalorado debate sobre a suposta guerra no câmbio tomou proporções exageradas. Apesar dos movimentos recentes do iene e do euro, diz Lagarde, as principais moedas mundiais estão em patamares equilibrados.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, usou o mesmo tom e afirmou que a discussão sobre a questão cambial é inapropriada e inútil. Segundo ele, as taxas de câmbio estão em torno da média de longo prazo. "O tópico da guerra cambial provavelmente se tornará mais intenso", afirmou Johannes Bollongino, da IG Markets.

Nesse cenário, o índice CAC-40, da Bolsa de Paris, caiu 0,25% e fechou a 3.660,37 pontos. Na semana, entretanto, o índice ganhou 0,30%. A PPR avançou 7,6% após o anúncio de seus resultados em 2012. Renault e Technip ganharam 3,5% e 2,0%, respectivamente, após upgrades de analistas.

Em Londres, o índice FTSE fechou próximo da estabilidade, com ganho de 0,01%, a 6.328,26 pontos, sendo o único índice a encerrar a sessão em território positivo. Na semana, a valorização foi de 1,03%. As ações das mineradoras Fresnillo e Randgold Resources caíram 6,3% e 3,8%, respectivamente, após as companhias serem rebaixadas pelo Citigroup. A ITV teve a melhor performance, ganhando 3,2% após comentários positivos da Nomura.

Já na Bolsa de Frankfurt o índice DAX teve queda de 0,49%, encerrando a sessão a 7.593,51 pontos. No acumulado da semana a retração ficou em 0,77%. A Deutsche Telekom recuou 3,3% após a Bloomberg informar que a Paulson & Co, maior acionista da MetroPCS, pode se opor a uma fusão com a T-Mobile USA, da Telekom. Uma porta-voz da Telekom afirmou à Dow Jones que o grupo permanece comprometido com os termos da fusão anunciados em outubro. O Commerzbank ganhou 1,2% após resultados melhores que os esperados no quarto trimestre.

Em Madri, o índice IBEX-35 protagonizou o pior desempenho da sessão, recuando 1,18% e fechando a 8.150,20 pontos. Na semana, houve baixa de 0,30%. O índice PSI-20, da Bolsa de Lisboa, perdeu 0,71%, a 6.126,19 pontos. No acumulado da semana houve retração de 0,11%. E na Bolsa de Milão o índice FTSE-Mib teve caiu 0,33%, a 16.489,80 pontos. Na semana, a queda ficou em 0,80%. As informações são da Dow Jones.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresFTSEMercado financeiro

Mais de Mercados

CVC sobe 7% na bolsa com poison pill e alta das ações domésticas

Em meio a pressão por boicotes, ação do Carrefour sobe 3,31%

O saldo final – e os vencedores – da temporada de balanços do 3º tri, segundo três análises

Warren Buffett doa US$ 1,1 bilhão em ações da Berkshire Hathaway: "Nunca quis criar uma dinastia"