Na bolsa, Klabin abre semana de balanços e decisão de juros
Balanços robustos e possíveis anúncios de cortes das taxas, no Brasil e nos EUA, podem impulsionar Ibovespa para novos recordes nos próximos dias
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2019 às 06h39.
Última atualização em 28 de outubro de 2019 às 06h52.
São Paulo — O Ibovespa começa mais uma semana de recordes? A resposta, segundo analistas e investidores, vai depender da força dos balanços corporativos a serem divulgados nos próximos dias, no Brasil e nos Estados Unidos, e das reuniões dos bancos centrais de Brasil e Estados Unidos, que divulgam novas taxas básicas de juros na quarta-feira. Novas quedas devem ajudar a impulsionar os mercados.
Na semana passada, balanços robustos de gigantes como Vale e Petrobras somados à aprovação da reforma da Previdência no Senado ajudaram a impulsionar o Ibovespa em 2,5% entre segunda e sexta-feira, para 107.363 pontos. O prognóstico internacional é bom, com os índices asiáticos abrindo a semana em alta, para os maiores valores em três meses, com possíveis avanços nas negociações entre China e Estados Unidos. A morte do líder do grupo terrorista Estados Islâmico também aumenta a boa vontade política com o pressionado presidente americano Donald Trump.
Por aqui, a semana abarrotada de balanços no Brasil terá Magazine Luiza (terça-feira), Santander (quarta), Bradesco (quinta). Nesta segunda-feira é a vez da Klabin, a segunda maior produtora de papel e celulose do país.
Assim como sua concorrente Suzano (que divulga resultados na quinta-feira), a Klabin tem sofrido com a queda dos preços internacionais da celulose neste ano. De 1.045 dólares por tonelada no último trimestre de 2018, a cotação média da celulose de fibra longa – produzida e usada pela Klabin na fabricação de embalagens – recuou para 557 dólares no período de julho a setembro de 2019, nos cálculos do banco de investimentos Credit Suisse.
O mercado financeiro projeta uma queda de 30% nos ganhos operacionais da Klabin no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2018, para 876 milhões de reais, e uma baixa de 9,6% nas receitas, para 2,5 bilhões de reais. Neste ano, as units da Klabin perderam 3%, cotadas a 15,78 reais no fechamento da bolsa B3 na sexta-feira, 25 de outubro, enquanto o índice de referência do mercado acionário ganhou 18% no mesmo período.
Mas há motivo para otimismo, na avaliação do banco de investimentos Itaú BBA. Os preços da celulose de fibra curta – usada na fabricação de papel de escrever – já começaram a se recuperar, levando à expectativa de que a de fibra longa siga a tendência com a redução dos estoques mundiais e a manutenção de uma demanda alta da China.
Até o final de 2020, com uma melhora do cenário, o banco espera que as ações ganhem cerca de 37%, uma valorização acima da média do mercado. É focando o médio prazo que o Itaú BBA recomenda a compra dos papeis agora, mesmo que o balanço do terceiro trimestre seja fraco. Mesmo com um balanço pouco animador a Klabin vai ajudar a impulsionar novos recordes no Ibovespa? Os números serão divulgados após o fechamento do mercado.