MRV (MRVE3) tem preço-alvo cortado pelo Santander e ações desabam mais de 5%
Analistas do banco apontam perspectiva mais difícil para a Resia, cuja operação é nos EUA, durante os próximos anos
Repórter de Invest
Publicado em 21 de novembro de 2023 às 13h57.
Última atualização em 21 de novembro de 2023 às 18h41.
Um cenário mais desafiador para as operações da MRV (MRVE3) nos Estados Unidos fez os analistas do Santander rever as projeções de lucro da construtora. Embora tenha mantido a recomendação outperform para os papéis da companhia, o preço-alvo foi cortado de R$ 20 para R$ 16. No fechamento de hoje, a MRVE3 foi a segunda maior queda do Ibovespa, recuando 5,74%.
Em relatório publicado nesta terça-feira, 21, o Santander destaca que permanece confiante com as perspectivas de médio e longo prazo para as operações da subsidiária da MRV nos EUA, a Resia. Isso porque há um elevado déficit habitacional e a deterioração na acessibilidade da propriedade habitacional do país. Contudo, os analistas apontam que as perspectivas do semestre para novos empreendimentos podem ser refletir os seguintes fatores:
- altos encargos com aluguéis e aumento da alavancagem/inadimplência do consumidor;
- custos de construção elevados,;
- taxas elevadas de financiamento à construção ;
- perspectiva incerta em relação às taxas máximas de saída.
“Esta combinação, na nossa opinião, deverá resultar numa perspectiva mais difícil para a Resia durante os próximos anos, o que nos levou a rever as nossas estimativas”, diz o relatório.
Recomendação da MRV (MRVE3)
Ainda assim, o banco não mudou a sua recomendação para os papéis MRVE3. Os analistas do banco destacam que a construtora apresentou um balanço patrimonial mais saudável por conta do follow-on concluído em julho deste ano. Além disso, há uma perspectiva positiva sobre a inflação, juntamente com mudanças no programa Minha Casa, Minha Vida, que deve apoiar a recuperação das operações da MRV no Brasil.
“A MRV está sendo negociada, atualmente, a um preço da ação ao valor patrimonial (P/BV) de 12 meses à frente de 0,8x, cerca de 43% abaixo de sua média histórica (desde o IPO) e aproximadamente 38% abaixo das construtoras sob nossa cobertura. Ainda assim, por enquanto mantemos a preferência pela Direcional”, diz o relatório.