Sede da Moody's: agência avalia que o risco de falta de pagamento do país aumentou "substancialmente" (REUTERS/Brendan McDermid)
Da Redação
Publicado em 13 de janeiro de 2015 às 12h20.
Caracas - A agência de classificação de risco americana Moody's rebaixou nesta terça-feira os bônus venezuelanos de "Caa1" para "Caa3" e mudou sua perspectiva de negativa para estável, após avaliar que o risco de falta de pagamento do país aumentou "substancialmente".
A consultora estimou em um comunicado que caso a Venezuela caia "em default" (falta de pagamento), as perdas dos detentores de bônus superariam 50% de seus instrumentos de dívida.
A forte queda dos preços internacionais do petróleo, principal fonte de divisas da Venezuela, fez a Moody's diminuir a classificação da dívida do país, segundo o comunicado.
A agência de classificação de risco vem alertando nos últimos meses, desde que rebaixou há um ano os bônus venezuelanos em dólares de "B2" para "Caa1" com perspectiva negativa, para um "substancial aumento" do risco de colapso econômico e financeiro no país.
Isto se deve, de acordo com a Moody's, por "desequilíbrios macroeconômicos cada vez mais insustentáveis", o que inclui "um elevado nível de inflação e uma desvalorização da taxa de câmbio paralelo".
O governo do presidente Nicolás Maduro anunciou nas últimas semanas um plano de recuperação econômica, que ainda não teve seus detalhes revelados, embora tenha anunciado que incluirá um novo sistema cambial e uma reforma tributária.
O plano foi anunciado por Maduro no final de dezembro, depois que o Banco Central revelou uma recessão da economia durante os primeiros três trimestres de 2014 e uma inflação até novembro de 63%.
O governante diz que o motivo da situação é uma "guerra econômica", que atribui aos seus opositores para boicotar sua gestão, e a queda dos preços internacionais do petróleo, pelo qual responsabiliza os Estados Unidos.