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Moeda chinesa registra a menor cotação em 11 anos com guerra comercial

Desvalorização do yuan deixa as exportações chinesas mais baratas e compensa, em parte, o aumento das tarifas americanas

Yuan: moeda chinesa registrou a menor cotação desde 2008 (hudiemm/Getty Images)

Yuan: moeda chinesa registrou a menor cotação desde 2008 (hudiemm/Getty Images)

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AFP

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 10h44.

A moeda chinesa, o yuan, registrou nesta segunda-feira a menor cotação em 11 anos, em um mercado preocupado com a guerra comercial entre Estados Unidos e China e suas possíveis consequências para a economia mundial.

No final da manhã, o yuan era negociado a 7,1425 por dólar, o menor valor desde o início de 2008, mas alguns minutos depois já registrava uma cotação maior.

A tensão econômica aumentou nos últimos dias, depois que China e Estados Unidos aumentaram as tarifas de suas respectivas importações. O presidente Donald Trump aumentou o temor ao ordenar que as empresas americanas procurem alternativas à produção em território chinês.

O yuan não pode ser convertido livremente, pois a moeda é controlada de maneira rígida pelo governo chinês, que limita a flutuação frente ao dólar a uma margem de 2% acima ou abaixo de um valor estabelecido pelo Banco Central diariamente. O objetivo é refletir as tendências de mercado e controlar a volatilidade.

O Banco Popular da China reduziu o valor pouco a pouco nas últimas semanas. Nesta segunda-feira chegou a 7,057 yuanes por dólar.

A desvalorização do yuan deixa as exportações chinesas mais baratas e compensa, em parte, o aumento das tarifas americanas.

"A depreciação do yuan é obviamente uma proteção ante as tarifas americanas", declarou à agência Bloomberg Mitul Kotecha, economista especializado em mercados emergentes do banco Toronto-Dominio.

"Enquanto a China conseguir assegurar que a desvalorização do yuan está bem controlada, ou seja, que não provoca perdas importantes, esperem ver mais depreciações da divisa", completou.

A moeda chinesa superou a barreira de 7 yuanes por dólar no início de agosto, pouco depois do governo dos Estados Unidos anunciar a intenção de impor novas tarifas às importações da China a partir de setembro.

O movimento levou Washington a chamar Pequim de "manipulador de divisas".

No total, na guerra comercial iniciada há mais de um ano, China e Estados Unidos anunciaram tarifas punitivas sobre mais de 360 bilhões de dólares de comércio ao ano.

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